UNIÃO DE MARICÁ, ESTÁCIO E PORTO DA PEDRA VÃO DISPUTAR TÍTULO DA SÉRIE OURO

Após uma maratona com 16 escolas, que só terminou na manhã deste domingo (2), o título da Série Ouro deverá ficar entre União de Maricá, Estácio de Sá e Porto da Pedra. A União da Ilha e a Acadêmicos de Niterói também aparecem cotadas para ficar entre as primeiras, enquanto na outra ponta Botafogo Samba Clube, Tradição e Inocentes vão lutar contra o rebaixamento. Fora da competição, Império Serrano, União da Ponte e Unidos de Bangu não receberam notas dos jurados por terem perdido fantasias no incêndio da Maximus Confecções, em Ramos, no último dia 12.

Tradição

Abrindo o segundo dia da Série Ouro, a Tradição fez um desfile bem colorido, com uma comissão de frente bem executada e um casal de mestre-sala e porta-bandeira em sintonia. A escola, porém, veio muito grande, o que comprometeu a sua evolução, além de ter tido problemas com fantasias e acabamento nas alegorias. Terminando o desfile em 55 minutos cravados, as últimas alas precisaram correr, conforme relatou o site “Carnavalesco”.

A escola do Campinho apresentou o enredo “Reza”, de autoria do carnavalesco Leandro Valente, exaltando as diversas formas de se conectar com o sagrado, deuses, santos e orixás. O samba foi composto por Pretinho da Serrinha, Fred Camacho e Diego Nicolau.

Parque Acari

A União do Parque Acari, segunda da noite, apresentou o enredo “Cordas de Prata, o Retrato Musical do Povo”, falando do violão no imaginário popular e no dia a dia do brasileiro. A escola surpreendeu esteticamente com alegorias e fantasias de bom nível plástico, porém desde o início evoluiu de forma lenta na pista, o que resultou numa parte final extremamente corrida. A escola acabou utilizando 56 minutos, um a mais do que o regulamento indica.

Vigário Geral

A Acadêmicos de Vigário Geral surpreendeu com uma apresentação coesa, com uma narrativa bem construída e conectada ao presente. O conjunto estético contou o enredo com maestria, garantindo uma leitura clara e envolvente. Um dos pontos altos foi a comissão de frente, coreografada por Handerson Big, que utilizou a iluminação cênica da Sapucaí de forma precisa, criando um efeito impactante. 

Terceira da noite, a escola apresentou o enredo “Ecos de um Vagalume”, uma homenagem ao jornalista Francisco Guimarães, o Vagalume, descendente de escravizados que marcou época com crônicas sobre o Rio, os negros, o subúrbio e Carnaval.

Unidos de Bangu

A Unidos de Bangu teve como enredo “Maraka’anandê, Resistência Ancestral”, cobrando direitos dos povos originários e exaltando a resistência dos indígenas da Aldeia Maracanã. A escola não foi avaliada pelo júri por estar na categoria de “hors-concours”. 

Porto da Pedra

A Unidos do Porto da Pedra, quinta a desfilar no segundo dia da Série Ouro, fez um desfile à altura de sua tradição. Vinda do Grupo Especial, a escola de São Gonçalo levou alegorias imponentes, como o Tigre do abre-alas e destacou-se pela evolução sem problemas. O experiente intéprete Wantuir também deu show, como registrou o site “Carnavalesco”.

O enredo “A História que a Borracha do Tempo Não Apagou”, desenvolvido pelo carnavalesco Mauro Quintaes, abordou o projeto industrial de Henry Ford na Amazônia nas primeiras décadas do século XX. O tema também abriu espaço para crítica, alertando para a importância da preservação da Floresta Amazônia.

São Clemente

Com um manifesto em defesa dos direitos dos animais, concebido pelo carnavalesco Mauro Leite, a São Clemente levou humor para as fantasias e alegorias. Os principais destaques foram a bateria e o intérprete Tinguinha. Falhas em alegorias, no entanto, podem prejudicar a avaliação.

Niterói

A Acadêmicos de Niterói foi penúltima a pisar na Marquês de Sapucaí e trouxe o enredo “Vixe Maria”, sobre a festa de São João de Maracanaú, das maiores do país. A escola fez desfile de alto nível de fantasias e sobretudo alegorias, dos melhores conjuntos do ano. O carnavalesco Tiago Martins foi muito feliz no colorido que empregou em todos os setores, assim como na concepção das excelentes alegorias apresentadas pela Niterói. O samba-enredo também funcionou. 

Império Serrano

Mesmo após perder suas fantasias às vésperas do Carnaval e estando fora da competição, o Império Serrano mostrou força e grandeza ao encerrar os desfiles. A Verde e Branca, que tem na superação uma de suas marcas registradas, emocionou o público. Afinal, como diz seu próprio enredo: “O que espanta miséria é festa”.

Na abertura, o intérprete Kleber Simpatia fez um discurso carregado de significados e reforçou a importância da garra e do amor pelo pavilhão.

O dia já amanhecia quando o Império tomou a Sapucaí, presenteando o público com um desfile marcado por nostalgia, euforia e, acima de tudo, esperança. Sem a pressão da competição, a comunidade brilhou e foi protagonista de uma apresentação única, com direito a sambas antigos da própria agremiação.

A última alegoria teve problemas com o eixo e não conseguiu entrar na Avenida.

por O Dia

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