Presidente brasileiro, que busca a paz, ofereceu dois horários para um encontro com o líder ucraniano
Mesmo com duas datas possíveis para um encontro bilateral entre os presidentes do Brasil e da Ucrânia, por ocasião de sua participação na Assembleia Geral da ONU (AGNU) em Nova York, o líder ucraniano continua resistindo a estabelecer um diálogo produtivo com o Brasil, segundo reportagem da agência Sputnik.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convidou o presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, para uma reunião presencial durante o encontro para a AGNU em Nova York. De acordo com o G1, a informação foi confirmada pelo líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), que integra a comitiva de Lula nos Estados Unidos. Segundo a apuração, o Itamaraty teria oferecido ao líder da Ucrânia duas possíveis datas para a agenda, uma na segunda-feira (18) e outra na terça (19), ocasião em que o presidente Lula já tem agendados outros encontros bilaterais com líderes estrangeiros. Apesar dos esforços do governo brasileiro, o governo ucraniano ainda não confirmou a agenda bilateral com a participação de Zelensky. De acordo com a TV Globo, uma autoridade da Ucrânia afirmou que o encontro ainda está sendo avaliado e que “tudo dependerá da agenda dos dois líderes”.
Apesar de terem se falado em março deste ano, os líderes nunca estiveram juntos pessoalmente. Esta seria uma oportunidade importante para que eles tivessem um encontro franco sobre a situação ucraniana após a tentativa de maio, no Japão, durante a reunião do G7 (grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido), ocasião em que as delegações brasileira e ucraniana se desencontraram por questões de agenda.
Lula, que recentemente declarou que convidaria o presidente russo, Vladimir Putin, para ir ao Brasil na primeira reunião do G20 — mesmo que o presidente russo tenha contra ele um mandato de prisão expedido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) — foi duramente criticado por analistas ocidentais ao afirmar que Putin não seria preso no Brasil. Ocorre, no entanto, que muitos países importantes como Rússia, China e EUA não são signatários do TPI ou sequer reconhecem suas decisões como legais. Apesar de ter reconsiderado que a questão era um “problema de justiça” e não da política, a provocação de Lula suscitou o debate sobre as instituições internacionais e sua validade ante ao novo arranjo geopolítico global.
Não obstante, em uma demonstração do pragmatismo da política externa brasileira, Lula tenta uma nova agenda com Zelensky em Nova York. O governo brasileiro, que já manifestou por diversas vezes a intenção de resolver o conflito ucraniano pelas vias da diplomacia, tem encontrado resistência não apenas de Kiev, mas dos demais países financiadores do conflito em solo ucraniano.
Por Brasil 247