Donald Trump, presidente dos Estados Unidos (EUA), anunciou que cobrará novas tarifas sobre itens estrangeiros. Dessa vez, madeira e produtos florestais. são os alvos.
Segundo Trump, o tarifaço deve ocorrer “no próximo mês ou antes” e faz parte dos planos já anunciados de impor tarifas sobre carros importados, semicondutores e produtos farmacêuticos. Em 2024, EUA e União Europeia foram os principais destinos dos produtos de madeira do Brasil.
“Vou anunciar tarifas sobre carros e semicondutores e chips e produtos farmacêuticos, medicamentos e produtos farmacêuticos e madeira, provavelmente, e algumas outras coisas no próximo mês ou antes”, disse Trump, nessa quarta-feira (20/2), em uma conferência em Miami.
A nova tarifa deve ser de 25% sobre madeira e produtos florestais.
Exportação de madeira Brasil-EUA em números
- No ranking de parceiros comerciais do Brasil para a exportação de produtos madeireiros, os Estados Unidos se encontram em primeiro lugar.
- Desde 1997 já foram exportados, aos Estados Unidos, US$ 59,5 bilhões em produtos madereiros. Apenas no ano de 2024 foram US$ 3,7 bilhões.
- Segundo o Serviço Florestal Brasileiro, o produto de madeira mais comprado pelos Estados Unidos é celulose, utilizada nas indústrias de papel, embalagens e tecidos, fraldas descartáveis, absorventes, alimentos, farmácias, cosméticos, adesivos, biocombustíveis e materiais de construção.
Trump e tarifaço
Nos primeiros 30 dias de governo, Donald Trump, tomou uma série de medidas para impor a presença norte-americana no mundo. A taxação de parceiros comerciais foi um dos temas que deram o tom de Trump à política externa norte-americana.
Enquanto o dólar perde força frente à maioria das moedas mais negociadas no mundo, Trump já implementou a assinatura de ordens de serviço para taxar parceiros comerciais.
Os primeiros alvos foram México, Canadá e China. Os dois primeiros receberam a penalização de 25%, e o país asiático de 10%. No entanto, após negociações com mexicanos e canadenses, ficou suspensa temporariamente por um mês a taxação aos dois países.
A taxações já eram previstas desde antes do início do governo. Ao assumir a Casa Branca, Trump determinou, por meio de decreto, uma revisão na balança comercial dos EUA com todos os países com os quais negocia.
O Brasil já havia sido afetado com a taxação do aço e do alumínio em 25%. A medida protecionista dos EUA foi implantada nos metais de maneira geral, independente do país.
Na última quinta-feira (13/2), o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), defendeu que o Brasil buscará o diálogo para lidar com a medida.
por Madu Toledo – Metrópoles