TRAGÉDIA NO RS REFORÇA QUE ‘AGRONEGÓCIO TERÁ QUE OLHAR PARA O MEIO AMBIENTE’, DIZ PAULO PAIM

Senador convocou uma audiência para debater o tema no próximo dia 27. A ministra do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas, Marina Silva, também estará presente

O senador Paulo Paim (PT-RS) diz acreditar que haverá mudanças no Congresso contra projetos de afrouxamento das leis de proteção ambiental diante da tragédia no Rio Grande do Sul. Apesar de concordar que esta não é a hora de procurar culpados pela destruição no estado, o parlamentar ressaltou que também não é o momento de esconder responsabilidades e deixar de rebater o negacionismo, enquanto desastres como os que já ocorreram na região serrana do Rio de Janeiro e no litoral de São Paulo continuam se repetindo e fazendo milhares de vítimas.

As análises foram compartilhadas no programa Juca Kfouri Entrevista exibido nesta quinta-feira (16) n TVT. Entre as mudanças, Paim cobrou responsabilidade da bancada ruralista no Congresso. “Eu não quero fazer aqui uma acusação, mas o agronegócio mais do que nunca terá que olhar isso porque eles também serão muito prejudicados se continuarem com essa linha de que não importa as consequências dos agrotóxicos e de tudo aquilo que eles forem depredando”, afirmou.

Nesta semana, a bancada do PT no Senado se reuniu com um grupo de cerca de 30 ambientalistas, que fizeram diversos alertas sobre a tramitação de propostas de desmonte ambiental. Alguns projetos puderam ser retirados da pauta e outros foram arquivados, segundo o senador. Um levantamento do site Amazônia Real mostrou que em resposta à maior tragédia ambiental do sul do Brasil, parlamentares ruralistas e conservadores fizeram avançar o chamado “Pacote da Destruição”. Na surdina, 8 de 25 projetos antiambientais tramitaram no Congresso nos dias em que o Brasil, atônito, via o Rio Grande do Sul ser devorado pelas águas.

Paulo Paim convoca debate no Senado

O senador também é autor de um pedido de sessão no Plenário para debater a questão do clima e do meio ambiente com foco no que acontecerá com seu estado.

Cerca de 30 convidados, de todo o país, já foram confirmados. A ministra do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas, Marina Silva, também estará presente. A sessão ocorrerá no próximo dia 27. “Por mais avarentos que são alguns (parlamentares), não tem como eles não verem a realidade. O que fizeram com as águas, com os rios, as florestas, as terras onde a plantação deveria ser equilibrada e foram só cortando florestas e florestas, e plantando o que para eles entendem que daria mais lucro”, lamentou o senador.

COP 30 em Belém

Durante a entrevista, Paim também ressaltou a importância Conferência do Clima sobre Mudanças Climáticas (COP30) marcada para ocorrer em novembro de 2025 em Belém. Para o senador, o megaevento acontecerá “no lugar e na hora certas”.

“Que bom que a Conferência do Clima será no Brasil. Não terá como negar (as mudanças climáticas), será mostrado o que acontece no Brasil e no mundo. Eu espero que essa conferência dê uma chacoalhada na mente e no coração das pessoas. Falar do meio ambiente é defender a vida no seu ecossistema mais amplo, imaginável e possível”, defendeu Paulo Paim.

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