TRAGÉDIA CAUSA DUAS MORTES EM JAPERI

A população reclama da falta de apoio da Prefeitura, e diz que a Defesa Civil demorou para chegar e está despreparada para esse tipo decorrência

A cidade de Japeri, na Baixada Fluminense, enfrentou uma das piores tragédias em meio às fortes chuvas que assolaram a região. Segundo parentes e vizinhos, era por voltas das 22h de quarta-feira, quando o barranco desabou e soterrou grande parte da casa, no bairro Vila Carmelita, causando a morte de Calebe Jefferson e ferimentos em sua irmã gêmea, Jade Veloso Costa. As crianças haviam sido deixadas na residência pela mãe, Cristiane, que precisou sair devido ao alagamento de seu próprio imóvel. Apesar dos esforços desesperados dos moradores e familiares para resgatar as vítimas dos escombros, apenas Jade sobreviveu.

Moradores disseram que a demora foi muito grande e que o corpo de bombeiros só chegou depois que os moradores conseguiram achar e retirar a criança, que já estava sem vida, segundo ainda os vizinhos ligaram varias vezes para a SAMU, para os Bombeiros e para a Defesa Civil e passavam as horas e não chegavam, e quando chegaram não tinham mais o que fazer. Vizinhos de outra casa atingida afirma que se a prefeitura não tomar alguma providência vai haver mais desastres por que é uma tragédia já a tempos anunciada.

O avô das crianças, José Carlos, expressou sua dor e indignação, “a defesa civil muito mal preparada, chegou aqui e nem se quer conseguiu coordenar o resgate, ficaram muito mais apavorados do que o povo que aqui estavam” descrevendo a luta contínua contra as enchentes que assolam a região. Ele relatou a demora angustiante no resgate, com os próprios moradores cavando os destroços sem qualquer assistência adequada das autoridades locais. O descaso das autoridades municipais foi enfatizado por José Carlos, que questionou a ausência de suporte e equipamentos adequados para lidar com emergências dessa natureza.

A tragédia não se limitou apenas à casa de Calebe e Jade. Ana Caroline Sodré, de 24 anos, também perdeu a vida em um deslizamento no bairro da Chacrinha. O balanço das chuvas em Japeri revelou 22 deslizamentos, 8

desabamentos com perda total de residências e transbordamento de quatro rios. A situação caótica levou à declaração de estado de calamidade pública na cidade.

A falta de assistência adequada e a demora no socorro evidenciaram a vulnerabilidade dos moradores de Japeri diante de desastres naturais recorrentes. O relato de José Carlos, descrevendo a ausência de equipamentos e a necessidade de resgate feito pelos próprios moradores, reflete a falta de preparo das autoridades para lidar com situações de emergência.

Diante da tragédia que ceifou vidas inocentes e deixou famílias desamparadas, é urgente que as autoridades locais implementem medidas eficazes de prevenção e resposta a desastres naturais, garantindo a segurança e o bem-estar da população de Japeri. A comunidade local clama por justiça e por ações concretas para evitar que tragédias como essa se repitam no futuro.

NOTA DA PREFEITURA DE JAPERI

Chuvas em Japeri

A Prefeitura de Japeri, por meio do Gabinete Municipal de Gestão de Crise (GMGC), se encontra reunido desde a madrugada desta quinta-feira, (21), em virtude das fortes chuvas que voltaram a atingir a cidade e toda a Baixada Fluminense. Na reunião foi decretado pela chefe do executivo o estado de Calamidade Pública.

As ações emergenciais das equipes de Defesa Civil, receberam o apoio do Governo do Estado  que disponibilizou máquinas para a desobstrução de rios e remoção de barreiras nas áreas atingidas por deslizamentos e inundações.

O Corpo de Bombeiros realizou o resgate de uma família que se encontrava isolada em área de deslizamento e um morador no bairro Primavera. A cidade teve duas vítimas fatais de deslizamento, sendo uma criança que foi socorrida para o UPA de Queimados e uma jovem levada para o Hospital Municipal de Japeri.

Já chegaram na cidade para apoio as ações a secretária de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Rosângela Gomes, o secretário Estadual das Cidades, Uruan Cintra e o apoio do  Governo Federal.

Até o momento a cidade está com 40 desalojados e 20 desabrigados e  com oito pontos de apoio nas escolas municipais, sendo duas em Japeri, a Aristides Arruda e a Darcílio Ayres; e em Engenheiro Pedreira, as unidades Pedra Lisa, Santa Terezinha, Bernardino de Melo, Duque de Caxias, Pastor Tasso, além da Escola Etiene que já acolhe famílias desabrigadas pelas chuvas de janeiro. Nestes locais, as equipes disponibilizaram água potável, alimentos, roupas, cobertores, kits de higiene, atendimento médico e social, entre outros serviços.

O Gabinete de Crise, pede a população que não realize a obstrução das ruas, para que as equipes de socorro possam ter acesso a população atingida. As máquinas de desobstrução, vacol, tratores,  pás e carros pipa,  já estão operando nas localidades Beira Rio, RJ 125, Santa Amélia, Ary Schiavo e São Pedro. Foram 155,8mm de chuvas em 24 horas que afetaram 17 bairros em toda a Japeri.

PREFEITURA MUNICIPAL DE JAPERI

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