“TODA DONZELA TEM UM PAI QUE É UMA FERA” RETORNA AOS PALCOS CARIOCAS

Peça mais aclamada de Gláucio Gill (1932-1965), “Toda donzela tem um pai que é uma fera” ganhou uma elogiada nova montagem no Rio de Janeiro. Com direção de Débora Lamm e elenco que reúne Bruce Gomlevsky, Carolina Pismel, Danilo Maia, Leticia Isnard e Lucas Sampaio, e participação dos músicos Pedro Nego e Dom Yuri, a comédia fará novas apresentações no Teatro Armando Gonzaga, em Marechal Hermes (15/03, às 18h e 20h e 16/03, às 18h) e no Teatro Gláucio Gill (19/03, às 20h e 20/03, às 18h e às 20h). Os espaços são mantidos pela Funarj, vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, do Governo do Rio de Janeiro. A peça estreou com sucesso em fevereiro, no Teatro Gláucio Gill (dirigido pelo ator e administrador Rafael Raposo), agora reformado e modernizado, depois de um ano de obras.

Escrita em 1962, “Toda donzela tem um pai que é uma fera” é uma comédia recheada de reviravoltas que se passa em Copacabana nos anos 50. A trama acompanha o coronel (Bruce Gomlevsky), que decide defender a honra da filha (Carolina Pismel), depois que a moça vai morar com o namorado (Lucas Sampaio). Por causa de um mal-entendido, o pai quer forçar a moça a se casar com o amigo mulherengo do namorado dela (Danilo Maia). A vizinha dos rapazes (Leticia Isnard) entra na história, aumentando ainda mais a confusão.

A primeira montagem do texto foi já em 1962, com elenco que reuniu o próprio Gláucio Gill, Daniel Filho, Joana Fomm, Arthur da Costa Filho e Renata Fronzi. A peça ficou em cartaz por mais de um ano, no extinto Teatro Santa Rosa, em Ipanema e, em 1964, foi montada em São Paulo, com Tarcísio Meira, Cláudio Marzo e Ítala Nandi. Em 1966, o texto foi adaptado para o cinema, em filme de sucesso dirigido por Roberto Farias.

“É um vaudeville ágil, brilhantemente bem-escrito, que nos faz pensar no caminhar da comédia teatral durante os anos. De onde viemos e onde estamos agora? São momentos diferentes da história, mas a essência da comédia é o que prevalece. Gláucio Gill nos mostra uma sociedade ainda muito sexista, onde o poder está exclusivamente na mão do homem. Aqui, a mulher aparece como dona de seus próprios desejos, a esperteza e o poder de decidir sobre as próprias vidas estão presentes no jogo cênico sem descaracterizar o jogo teatral”, explica a diretora Débora Lamm. Na equipe criativa também estão a cenógrafa Marieta Spada, a figurinista Fernanda Garcia e o iluminador Paulo Cesar Medeiros.

O teatro Armando Gonzaga fica na Av. Gen. Osvaldo Cordeiro de Farias, 511 – Marechal Hermes, enquanto o teatro Gláucio Gill fica na Praça Cardeal Arcoverde, s/nº Copacabana. Os ingressos custam R$ 5 (inteira) e R$ 2,50 (meia-entrada).

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