TITE VÊ FLAMENGO EM EVOLUÇÃO E RECLAMA DA BOLA DO CARIOCA: “(MAIS PROBLEMÁTICA) QUE O GRAMADO”

Treinador elogiou a postura do adversário cruz-maltino, vê problemas de desenvolvimento do Rubro-Negro e critica a bola do Estadual

Apesar de ter um pênalti à favor, o Flamengo não conseguiu sair do empate em 0 a 0 com o Vasco, neste domingo, no Maracanã, pela 6ª rodada da Taça Guanabara. Mesmo com o resultado, o técnico Tite concedeu entrevista coletiva e falou sobre as dificuldades do Rubro-Negro no clássico e pregou por paciência para a evolução da equipe.

— No transcurso todo do jogo, fizemos a iniciação e construção média com boa qualidade. No primeiro tempo, faltou um pouco mais de objetividade e finalização. Não de bola aérea, mas de jogadas de combinação com Pedro de pivô ou infiltrações. No segundo tempo, teve volume, infiltração e finalização. Aumentou o número no segundo tempo. Também vimos que o adversário bloqueava (as infiltrações). É um processo de evolução da equipe, neste último terço. Da melhor escolha, da finalização…

Devido a forte chuva que caiu no Rio de Janeiro, o gramado do Maracanã apresentou muitas falhas durante a partida, mas Tite achou outro problema: a bola utilizada no Campeonato Carioca. Para ele, isso atrapalhou mais o jogo do Flamengo do que o campo.

— A percepção que eu tenho é só minha. Não falei com os atletas, não. O campo ficou mais rápido, sim, é sempre uma bola mais rápida. Estou relutando para falar que a bola… A bola, oxê maria, é difícil. A qualidade da bola… O problema não é o campo. As vezes ela varia, traz dificuldade, falo de finesse… A bola é mais (problemática) do que o campo. Não acredito que o campo teve influência, na minha opinião.

Tite também falou sobre a dupla De Arrascaeta e Nicolás De La Cruz, que, segundo ele, continuarão jogando juntos. Assim como a equipe, o treinador vê os dois em processo de evolução e adaptação junto ao elenco.

— Teve uma crônica que diz que a bola fala e o campo fala. Eu acredito que sim. Não só mais uma liberdade criatividade dos dois, com o Gerson e com o Erick. Esse quarteto tem uma qualidade de passe impressionante. O imediatismo não é a chave, esse processo é evolutivo.

Vasco e Flamengo seguem empatados na tabela do Carioca, agora, com nove pontos, em sétimo e sexto lugar respectivamente. O Flamengo tem um jogo a menos na competição. Os quatro primeiros colocados se classificam para as semifinais.

Confira outras respostas de Tite:

Críticas sobre Estaduais: “Quando fiz uma menção, fui parcial. Não contexualizei. Me referi as quatro grande equipes, que estavam na final do ano o campeão da Libertadores, o Botafogo que quase foi campeão brasileiro, Vasco numa retomada e o Flamengo. Os quatro grantes de São Paulo estavam retomando ao seu melhor. As críticas sobre conjunto foram corretas e aceito”

Marcação em Vegetti: “Nós tentamos neutralizar a fonte, que era o Lucas Piton. No primeiro tempo, tivemos mais dificuldade. No segundo tempo, conseguimos controlar melhor. É um atleta que tem o tempo de bola como um dos pontos mais fortes”

Torcida mista: “Futebol tem outra dimensão de espetáculo. Como técnico, carrego comigo uma responsabilidade de jogar bem e vencer porque quero ver o torcedor feliz. Mas tem um respeito do outro lado. Tem que existir. Se não os valores ficam perdidos. Não dá para ter o Ministério Público, como aconteceu comigo, pedir para não dar nenhuma declaração (sobre isso). Não é assim.

Calendário: “Entendo que apareci num Campeonato Estadual. A maior dos atletas tem essa oportunidade. Entendo que é mais a gestão do número de jogos. Para que equipes da Série A, B, que disputam a Copa do Brasil, tenham intervalo maior. Perde todo mundo. As vezes perdemos atletas por lesões. Mas, sim, diminuir o número de jogos de equipes que tem vários jogos durante o ano poderia amenizar isso. Mas o brilho do Estadual é ver jogadores das menores equipes aparecendo”

Intensidade: “Isso é relativo. Dentro do nosso modelo, fomos felizes. Como o Tite disse, a gente conseguiu, dentro do modelo, levar até a intermediária ofensivas. Faltou uma qualidade melhor nas finalizações, nas assistências. Dentro do que planejamos, as coisas aconteceram. Sabíamos que o Vasco tinha a bola aérea e o contra-ataque. Entendo que o time foi intenso, mas não conseguiu transformar, dentro do nosso modelo, em oportunidades de gol”

Posição de De La Cruz: “De La Cruz é um dos articuladores laterais. Eventualmente, no River, ele jogou como segundo externo, de flutuação e criação. Ele tem essa versatilidade. Fez um belo jogo hoje. Então, temos essa capacidade criativa com esses jogadores. Mas, sim, temos que finalizar de média distância”

Por Thiago Lima — Rio de Janeiro

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