Nesta semana uma bolsa de sangue com malária foi identificada antes de ser usada no Hemocentro do Rio de Janeiro, evitando que cerca de quatro pacientes fossem contaminados. A detecção na área não endêmica para a doença foi possível graças aos novos kits NAT Plus. Desenvolvido em Bio-Manguinhos/Fiocruz, o primeiro teste que analisa o parasita junto com outros patógenos, nas amostras para doação, teve a implantação da tecnologia iniciada em novembro de 2022. O produto começou a ser implementado na hemorrede no mês seguinte.
Durante os sete meses em que os kits estão sendo utilizados já foram testadas mais de 500 mil bolsas de sangue, com 12 delas infectadas pelo patógeno — 6 na Região Norte, 2 no Nordeste e 4 no Sudeste (todas do Rio de Janeiro, área considerada não endêmica). Cada bolsa de sangue pode alcançar até 4 pessoas, e a descoberta pode ter impedido que 48 receptores de sangue tenham sido infectados.
Antes era utilizada a primeira geração do kit NAT, adotada desde 2011, que detecta os vírus HIV, da hepatite B e da hepatite C. A nova versão inclui, de forma inédita, o parasita da malária. Segundo o Ministério da Saúde, 99% dos casos da doença se concentram na região amazônica.