O Rio de Janeiro desponta como a cidade com o maior número absoluto de estabelecimentos religiosos situados em favelas, somando 76.638
O Censo 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou uma configuração distinta dos tipos de estabelecimentos nas favelas em comparação com o restante do Brasil. O levantamento, divulgado nesta sexta-feira (8), aponta que as comunidades urbanas apresentam uma maior proporção de locais religiosos e um número inferior de unidades de saúde e educação.
Em termos gerais, o Brasil possui 20.398.293 estabelecimentos, dos quais 579.798 são de natureza religiosa, correspondendo a 2,8% do total. Nas favelas, essa proporção quase dobra, atingindo 5,3%, com 50.934 templos entre os 958.251 estabelecimentos totais.
Contrariamente, a presença de unidades de saúde nas favelas é reduzida: apenas 0,3% das estruturas locais se dedicam à saúde, frente a 1,2% em nível nacional. O mesmo ocorre com as instituições de ensino, que constituem 0,8% dos estabelecimentos em comunidades, enquanto no país essa cifra chega a 1,3%.
O Rio de Janeiro desponta como a cidade com o maior número absoluto de estabelecimentos religiosos situados em favelas, somando 76.638 e representando 7,1% do total municipal.
Ademais, o Censo destacou um aumento significativo da população residente em favelas, que agora representa 8,1% do total brasileiro, equivalente a cerca de 16 milhões e 390 mil pessoas. Em comparação ao Censo de 2010, quando as favelas abrigavam 11 milhões e 425 mil habitantes ou 6% da população nacional, houve um notável incremento.
O mapeamento aprimorado dessas áreas entre os censos pode explicar parte desse crescimento aparente. As melhorias técnicas na coleta de dados permitem uma representação mais precisa dessas regiões, sem contudo definir se tal aumento decorre exclusivamente da expansão territorial ou da metodologia aperfeiçoada.