Instituto Adolfo Lutz (IAL) confirmou na última quarta-feira (8) a presença do norovírus em amostras fecais humanas
O Instituto Adolfo Lutz (IAL), referência em análises laboratoriais no estado de São Paulo, confirmou na última quarta-feira (8) a presença do norovírus em amostras fecais humanas coletadas na Baixada Santista. A informação foi divulgada pelo G1, destacando a relação do vírus com surtos de doenças gastrointestinais que se intensificam em ambientes com alta concentração de pessoas, como praias durante o verão.
Conhecido por causar gastroenterite, o norovírus é altamente contagioso, espalhando-se rapidamente por meio de alimentos, água contaminada e contato direto entre pessoas. “Esse aumento nos casos de viroses provocadas pelo agente infeccioso já era esperado nessa época do ano”, explicou Carla Kobayashi, infectologista do Hospital Sírio-Libanês.
O que é o norovírus?
O norovírus é um microrganismo que provoca inflamações no sistema digestivo, gerando sintomas como vômitos, diarreia e dores abdominais. Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, ele é o maior causador de doenças transmitidas por alimentos no país, responsável por cerca de 58% das infecções alimentares registradas.
Na Baixada Santista, foram identificados dois genogrupos do vírus, 1 e 2, evidenciando a variabilidade genética do patógeno. Essa diversidade permite que a infecção ocorra múltiplas vezes ao longo da vida, já que a imunidade adquirida contra um tipo não protege contra os demais.
Sintomas e evolução da infecção
A infecção pelo norovírus geralmente se manifesta rapidamente, com sintomas surgindo no mesmo dia em que o vírus é contraído. “Durante as primeiras 48 horas, é comum a pessoa ter várias evacuações líquidas, o que pode levar à perda significativa de líquidos”, explicou Renato Kfouri, médico infectologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.
Os principais sintomas incluem:
Náuseas e vômitos
Diarreia
Dores abdominais
Algumas pessoas também podem apresentar febre baixa, dor de cabeça e dores nos membros. Em média, os sintomas duram de três a sete dias, sendo mais intensos nos dois primeiros dias.
Prevenção e tratamento
Não há tratamento específico contra o norovírus. O manejo dos sintomas se concentra na hidratação constante para evitar quadros graves de desidratação, especialmente em crianças, idosos e imunossuprimidos.
Para prevenir a contaminação, especialistas recomendam medidas simples, como higienizar as mãos regularmente, lavar bem os alimentos antes do consumo e evitar contato direto com pessoas infectadas. No caso de ambientes como praias e áreas públicas, a atenção deve ser redobrada.
Como destacou Kobayashi, “essas viroses estão relacionadas a hábitos e condições típicas de frequentar a praia nesse período, sendo as infecções virais as mais comuns”.
O surto registrado na Baixada Santista reforça a necessidade de conscientização sobre medidas preventivas, principalmente em regiões de alta movimentação durante o verão.
Por Brasil 247