SURTO DE MOSQUITOS EXPULSA FAMÍLIAS DE SUAS CASAS EM SÃO JOÃO DE MERITI

A cidade de São João de Meriti está sitiada por uma verdadeira praga de mosquitos, que invade casas, apartamentos e morros, expulsando moradores dos próprios lares. Em bairros como Coelho da Rocha, Éden, Vilar dos Teles e Jardim Metrópoles, o número de insetos é tão grande que se formam nuvens visíveis, mesmo onde não há água parada. A situação, segundo relatos, virou um drama de saúde pública.

“Minha filha vive doente, não conseguimos dormir. O mosquito está dominando tudo, e ninguém faz nada de verdade. Isso aqui virou um inferno!”, desabafa Maria do Carmo, moradora de Vilar dos Teles.

Segundo levantamento feito com dados da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, da Fiocruz e reportagens do G1, Extra e O Dia, São João de Meriti registrou 4.600 casos de dengue em 2024. Em 2025, só entre janeiro e fevereiro, já são 810 casos e 50 internações — o que representa 27% de todos os casos da Baixada Fluminense.

 “Minha esposa teve dengue duas vezes. Agora estamos todos doentes em casa”, conta José Henrique, do Jardim Metrópoles.

Além da dengue, há riscos reais de zika e chikungunya. Em todo o Estado, foram mais de 100 mil casos em 2024 e 15 mortes. Este ano, até março, já são quase 4 mil casos e 3 mortes no Rio de Janeiro.

Apesar da gravidade, a atuação da prefeitura é considerada superficial e ineficaz. O fumacê passa em poucas ruas e por poucos minutos. “Não sentimos nem cheiro. Parece que só querem mostrar serviço. É uma piada!”, critica Dona Maria Lúcia, do Conjunto dos Eucaliptos, em Coelho da Rocha.

A Vigilância Sanitária também falha: visita poucas casas e não tem equipamentos para inspecionar caixas d’água.

Enquanto isso, cidades como Niterói avançam com tecnologias modernas, como o uso de mosquitos com Wolbachia (Fiocruz). Em Meriti, essa solução sequer chegou.

A população exige medidas reais: fumacê diário, limpeza de bueiros, vacinação intensiva, campanhas comunitárias e transparência nos dados por bairro.

A cidade está à beira de uma epidemia. O poder público precisa agir — e agora.

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