Projeto inovador da Agência Espacial Japonesa (JAXA) em parceria com a Universidade de Quioto, marca um avanço significativo na exploração espacial.
LignoSat, um projeto inovador da Agência Espacial Japonesa (JAXA) em parceria com a Universidade de Quioto, marca um avanço significativo na exploração espacial ao enviarem para o espaço o primeiro satélite de madeira do mundo.
Este satélite, o primeiro do seu tipo a ser construído, especificamente com madeira magnólia, foi lançado ao espaço nesta terça-feira, 05, através de um foguete da SpaceX, do bilionário Elon Musk.
O satélite está programado para ser liberado da Estação Espacial Internacional (ISS) por um dispositivo especial de lançamento de microssatélites, destacando-se pelo uso de materiais renováveis em tecnologias espaciais.
O desenvolvimento do LignoSat tem como objetivo principal compreender como a madeira se comporta em condições extremas de temperatura e radiação no espaço.
O satélite, orbitando a uma altura onde completa uma volta em aproximadamente 90 minutos, enfrentará temperaturas variando entre 120 °C na luz do sol direta e -150 °C na escuridão.
Esta pesquisa será crucial para determinar a viabilidade do uso de madeira em aplicações espaciais futuras.
Utilizar madeira na exploração espacial
A escolha da madeira magnólia para o LignoSat não foi ao acaso. Análises na ISS revelaram que esta madeira possuía características adequadas para o ambiente espacial.
A madeira apresenta uma resistência específica comparável ao alumínio, um material amplamente utilizado na indústria aeroespacial.
No início do século 20, estruturais de madeira eram comuns na aviação antes de serem substituídas por metais devido a limitações como apodrecimento.
Contudo, a ausência de ar e umidade no espaço elimina esta desvantagem, tornando a madeira uma opção viável e renovável.
Os benefícios não se limitam à resistência. Ao término de sua missão, o LignoSat oferecerá um impacto ambiental mínimo ao se desintegrar na atmosfera.
Ao invés de gerar detritos metálicos, produzirá apenas cinzas de madeira, que são significativamente menos prejudiciais para o meio ambiente.
Esse atributo apresenta uma oportunidade inovadora para redução de lixo espacial.
Desafios e oportunidades futuras
A criação do LignoSat abre caminho para novas pesquisas sobre o uso de materiais sustentáveis em ambientes espaciais.
O professor Koji Murata, apelidado de “marceneiro espacial”, expressou seu entusiasmo pela capacidade de expandir os limites tradicionais do uso da madeira através deste projeto.
Experiências como esta não só ampliam o conhecimento científico, mas também desencadeiam descobertas inesperadas e excitantes no campo dos materiais renováveis.
Embora o LignoSat represente um passo modesto, ideias mais ambiciosas estão no horizonte. Takao Doi, ex-astronauta e um dos colaboradores do projeto, vislumbra o potencial de construção de habitações na Lua utilizando madeira.
Este conceito futurista, embora ainda distante, sublinha o potencial ilimitado do uso de materiais sustentáveis no avanço da exploração espacial.
A pesquisa relacionada ao LignoSat demonstra como a curiosidade pode impulsionar a inovação tecnológica.
O projeto, além de incluir dados científicos sobre madeira no espaço, inspira a comunidade científica e industrial a considerar alternativas sustentáveis.
Este marco ressalta a importância de continuar explorando materiais renováveis, como a madeira, e seu potencial para transformar o futuro da exploração espacial enquanto preservam o nosso planeta.
Por O Antagonista