Militar deixa o país sob suspeita de envolvimento em destruição na Faixa de Gaza
Um soldado das Forças de Defesa de Israel (IDF) deixou o Brasil às pressas neste domingo (5), segundo o The Times of Israel. A Justiça Federal brasileira havia determinado a abertura de uma investigação contra o militar por suposto envolvimento em crimes de guerra.
A denúncia foi apresentada pela Hind Rajab Foundation, uma organização que acompanha ações de militares israelenses no exterior e busca responsabilizá-los judicialmente. Segundo a entidade, o soldado estaria envolvido na destruição de um prédio residencial na Faixa de Gaza, em novembro de 2023, fora de situação de combate.
Apoio diplomático israelense – O Ministério das Relações Exteriores de Israel, por meio de sua seção consular e da embaixada em Brasília, ofereceu suporte ao soldado e sua família. “Chamamos a atenção dos israelenses para publicações nas redes sociais sobre seu serviço militar, que podem ser usadas por elementos anti-Israel para iniciar processos legais infundados”, declarou o ministério em comunicado.
O pai do soldado relatou à emissora Channel 12 que um amigo do filho recebeu alerta de um escritório diplomático israelense sobre um mandado de prisão emitido contra ele. “Pedi que escapassem imediatamente. Eles não podiam ficar mais nenhum segundo”, afirmou o pai, que recebeu notícias do filho na manhã de domingo, confirmando sua saída do Brasil.
A denúncia apresentada no Brasil alega que o prédio destruído pelo militar servia de abrigo para palestinos deslocados pela guerra. A Hind Rajab Foundation afirma ter reunido mais de 500 páginas de evidências para embasar a acusação, incluindo registros de operações do soldado divulgados em redes sociais.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel e a embaixada em Brasília não comentaram diretamente a investigação.
Ativismo internacional – A Hind Rajab Foundation ganhou notoriedade por identificar militares israelenses com base em publicações online e alertar autoridades locais quando viajam ao exterior. Apesar da visibilidade, nenhuma das acusações da organização resultou, até o momento, em prisões efetivas.
Por Brasil 247