SETOR DE SERVIÇOS DO BRASIL REGISTRA CONTRAÇÃO EM SETEMBRO, MOSTRA PMI

Um aumento nas despesas operacionais também pesou em setembro, com muitas menções à alta dos preços dos combustíveis

A atividade de serviços no Brasil entrou em contração em setembro pela primeira vez desde fevereiro e atingiu o nível mais baixo em pouco mais de dois anos devido à retração da demanda, apontou nesta quarta-feira (4) pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).

O PMI compilado pela S&P Global caiu em setembro para 48,7, de 50,6 em agosto, indo abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração pela primeira vez desde fevereiro.

A leitura também é a mais baixa desde maio de 2021, marcando condições operacionais desafiadoras para os fornecedores de serviços, de acordo com a S&P Global.

 “Os dados do PMI de setembro indicaram uma ausência de crescimento no setor de serviços do Brasil pela primeira vez desde fevereiro, uma vez que a redução dos investimentos no setor privado e a retração da demanda teriam restringido a captação de novos negócios”, destacou a diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence.

A pesquisa apontou que a retração da demanda desencadeou a primeira queda em novos negócios em sete meses, com os participantes da pesquisa citando que as vendas foram refreadas ainda pela redução dos investimentos no setor privado.

Esse cenário levou aos fornecedores de serviços a reduzir os quadros de funcionários pela primeira vez desde fevereiro, embora de forma moderada.

Um aumento nas despesas operacionais também pesou em setembro, com muitas menções à alta dos preços dos combustíveis. Diante disso, um em cada dez participantes da pesquisa aumentou seus preços de venda, mas 87% das empresas mantiveram seus preços inalterados desde agosto.

Assim a taxa geral de inflação de preços cobrados foi modesta e a segunda mais fraca desde novembro de 2020.

O nível geral de otimismo caiu entre as empresas de serviços em setembro em relação ao pico de dez meses registrado em agosto, com algumas expressando preocupações relativas a políticas públicas. No entanto, expectativas de melhoria das condições de demanda, frequentemente associadas à queda das taxas de juros, encorajaram previsões otimistas.

 “Em meio a preocupações relacionadas a políticas públicas, as empresas do setor de serviços diminuíram suas expectativas de crescimento. No entanto, as expectativas de negócio permaneceram historicamente altas, à medida que as empresas esperam que taxas de juros mais baixas estimulem a demanda e, subsequentemente, aumentem o volume de novos negócios”, completou De Lima.

A retração de serviços somou-se à contração da indústria em setembro, e o PMI Composto do Brasil caiu a 49,0 em setembro de 50,6 em agosto, atingindo o nível mais baixo em 29 meses.

Por Reuters

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