Cerca de 31% dos eleitores deixaram de votar. Reeleição de Ricardo Nunes consolida abstenção como fator decisivo
O índice de abstenção no segundo turno das eleições em São Paulo alcançou um recorde histórico, com 31% dos eleitores não comparecendo às urnas, segundo dados da apuração do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), superando a marca de 2020, quando Guilherme Boulos (Psol) disputou a prefeitura com Bruno Covas (PSDB) em meio à pandemia de coronavírus. Na ocasião, a abstenção foi de 30,81%. Em 2024, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) foi reeleito com 59,97% dos votos, enquanto seu adversário, Guilherme Boulos, obteve 40,03%, segundo o g1.
O crescimento no número de ausentes nas urnas foi fator determinante no resultado. Especialistas sugerem que a ausência maciça nas urnas pode refletir o descontentamento de parte dos eleitores com o cenário político e a polarização que marcou a campanha eleitoral.
A disputa, que foi marcada por fortes trocas de acusações e tensão política, pode ter afastado eleitores, especialmente nas regiões centrais e periféricas, segundo levantamento preliminar. A campanha de Nunes focou em consolidar a atual gestão, enquanto Boulos buscou representar uma alternativa ao modelo de administração vigente. No entanto, a elevada abstenção ressalta a necessidade de um debate mais profundo sobre a participação eleitoral e as estratégias de engajamento do eleitorado paulistano.
Análise do cenário eleitoral e abstenção em SP – A marca de 31% em abstenções é vista com preocupação por analistas políticos, que apontam para uma tendência de desmobilização em grandes centros urbanos, onde a insatisfação com a política é frequentemente expressa por meio da ausência eleitoral. Com o crescimento expressivo nas ausências em um ano sem crise de saúde pública, o fenômeno também levanta questões sobre a eficácia das campanhas em motivar o comparecimento às urnas e os desafios para engajar o eleitor.
Para o prefeito reeleito, a vitória com quase 60% dos votos válidos representa um aval à sua administração e um sinal de confiança para os próximos quatro anos. No entanto, o alto índice de abstenção sugere que a futura gestão precisará desenvolver estratégias que tragam a população mais próxima ao processo político, especialmente em um cenário de crescente insatisfação popular.