SAMBA & CARNAVAL SEM FILTRO

Por AMAURY DE OLIVIERA

Festas das Campeãs 40 anos da Sapucaí

“A Cigana Esmeralda cercou por todos os lados acreditando que a sorte estava virada para a lua”

Foto: Luciano Araújo @luz.ciano

A Viradouro, a grande campeã entrou na Sapucaí no domingo (18/2) com 70 minutos de atraso em função do último carro da Imperatriz ter quebrado.

A cigana Esmeralda fez a última cartada na tentativa de estragar a festa da campeã.

O culto do Vodum serpente foi mais forte.

“O Ninho da Serpente jamais tente afrontar”

Foto: Luciano Araújo @luz.ciano

O enredo conseguiu na avenida unir todas as divindades que fez nascer uma grande magia, protegendo a todos(as) que estavam na Sapucaí.

Outro ponto alto do desfile foi a bateria do mestre Ciça que colocou os tambores que fez uma ressonância contribuindo para solidificar a magia.

Foi a melhor escola a passar na passarela do samba nessa celebração dos 40 anos de Sapucaí.

Para os adeptos dos cultos afros esse ano é a celebração de EXÚ, senhor dos caminhos, da sabedoria de superar as adversidades com o seu jeito peculiar de interagir com o outro.

Quem faz o bem vai receber abertura dos caminhos.

É o ano de colher quem plantou a bondade.

A IMPERATRIZ – “o que é meu é da Cigana”

A escola de Ramos desenvolveu o enredo sobre os Ciganos.

O segundo lugar foi merecido.

“Tenho o Sangue que semeia a Nação original”

O enredo do Salgueiro mergulha na mitologia dos YANOMANI, no céu original que formou a terra.

Um belo desfile para homenagear os povos originários.

“Meu destino é ser onça“

A escola da Baixada Fluminense (Caxias), restaura o mito Tupinambá, da criação do mundo.

A Grande Rio falou sobre o destino de ser onça.

O enredo fala também sobre os mistérios, as lendas e as diversidades naturais existente no seio da floresta amazônica e no sertão nordestinos com seus mistérios e encantos.

“NASCI QUILOMBO E CRESCI FAVELA”

A escola de Paulo da Portela e do homem de um braço só (Natal), retratou o imaginário afetivo entre Luiza Mahim e de seu filho Luiz Gama.

Luiz foi retirado dos braços da sua mãe muito pequeno.

Essa memória afetiva entre Mahim e Gama perpassa por gerações de ex escravizados e seus descendentes, sobre o simbolismo do afeto que veio com os povos escravizados vindo da África para o Brasil.

Uma aula da história que não é contada para as novas gerações.

A agremiação teve problemas com um dos carros alegórico trazendo prejuízo para evolução da escola.

“QUEM É DO MAR NÃO ENJOA…”

A escola do fundador seu China, “o velho sonhador que criou a VILA que me encantou”…

O enredo é reedição (1993) GBALÁ – Viagem ao tempo da criação.

O grande responsável dessa bela letra é o compositor Martinho José Ferreira ou para os mais próximos D’Vila.

O carnavalesco Paulo Barros é um especialista em temas futurísticos.

Barros construiu belos carros e fantasias mas faltou o toque afro.

Faltou as cores mais tradicionais, o axé, o ziriguidum e a magia dos orixás.

Não é a praia dele.

Em um dos belos sambas do D’Vila ele diz: “ Quem é do mar não enjoa”…

O carnavalesco Barros enjoou.

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