SAMBA & CARNAVAL

Por Amaury de oliveira

Neste final de semana, 06 e 07 de janeiro, a sapucaí recebeu as escolas da série ouro e do grupo especial no primeiro ensaio técnico rumo ao carnaval 2024.

No sábado (6), a série ouro recebeu na passarela a debutante da sapucaí, a União do Parque Acari. Com o enredo agro que fala “50 anos Ilê Aiyê”. A agremiação passou compacta, o enredo ajudou na evolução do samba que ficou bem sincronizado com a bateria.

A escola passa por um momento de maturação para definir seu chão e ter uma identidade própria.

O arranco falando da loucura, loucura, loucura… empolgou as arquibancadas. As alas cantaram o samba do inicio ao fim. A harmonia fez bem o seu papel colocando a escola coesa. O samba na avenida com os seus intérpretes cresceu bastante. A bateria foi precisa. Os destaques foram o primeiro e o segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira. O primeiro casal fez evolução com muita elegância, o mestre-sala lembrou os antigos balisas (encarregados de defender o estandarte, que a porta estandarte carregava, evitando roubos das agremiações rivais, dos blocos do inicio do século XX). O balisa/mestre-sala cortejava e protegia o bailado da porta bandeira. O segundo casal representado por um médico e uma enfermeira trans, bailaram com muito entusiasmo, empolgando toda a plateia.

“Sou Lia de Itamaracá cirandando a vida a beira mar.

O Império da Tijuca trouxe para a passarela o enredo sobre a rainha da ciranda. A escola fez um ensaio com as alas compactas, a bateria evoluiu com segurança, mas o samba não empolgou nas arquibancadas.

A Estácio foi a última a se apresentar. Chegou chegando, empolgando as arquibancadas. O abre alas fez uma defumação para abrir os caminhos. Esse ano é de Exú, a divindade que abre os caminhos.

O enredo retrata a ancestralidade da cultura afro, trazida pelos negros escravizados no Brasil vindo da África.

A escola desceu o São Carlos com muita disciplina e entusiasmo para voltar a elite do carnaval carioca.

No domingo (7), o ensaio foi administrado pela Liesa. Muita organização.

O Leão de São Gonçalo, Porto da Pedra, adentrou a avenida bem compacta, com belo samba e uma bateria precisa.

Mauro quintais, carnavalesco com larga experiência, desenvolveu o enredo “Lunário Perpétuo: A Profética do Saber Popular”, que retrata os saberes secular do povo nordestino com muita sapiência.

A Mocidade mudou sua característica com o enredo “Pede Caju Que Dou… Pé de Cajú que dá…”.

A escola já teve enredos antológicos: Ziriguidum 2000 (Sou a Mocidade, Sou Independente, Vou a Qualquer Lugar…).

Na tentativa de recuperar melhores posições que perdeu nos últimos carnavais, a escola mudou sua característica. A direção de harmonia e o mestre de bateria vão ter que estudar uma fórmula para que a evolução das alas não corram o risco de acelerar, a fim do desfile manter a leveza do enredo com pouco de cadência.

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