Artista de Pernambuco já expôs no Louvre (França), Moma (EUA); e tem ilustrações em livros de vários autores internacionais
Durante encontro com o Papa Francisco, no Vaticano, nesta quarta-feira (21), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o pontífice trocaram presentes. O mandatário entregou uma gravura da “A Sagrada Família”, assinada pelo pernambucano J. Borges.
O artista é reconhecido internacionalmente. J. Borges ganhou notoriedade ao utilizar a técnica de xilogravura para fazer desenhos que ilustram as histórias em cordel. Diante disso, o presidente Lula escolheu entregar ao pontífice um artesanato religioso com a cara do Brasil.
Afinal, quem é J. Borges?
Comparado ao artista Pablo Picasso em reportagem do jornal New York Times, José Francisco Borges, o mestre J. Borges, nasceu na zona rural de Bezerros, município do Agreste Central de Pernambuco em 1935.
Ele começou a escrever e a ilustrar as primeiras histórias em cordel ainda na década de 1960, usando a técnica de xilogravura para dar forma a sua criatividade.
Segundo o portal “Artesanato de Pernambuco”, site ligado ao governo do estado, “ao longo de mais de 50 anos de uma fecunda trajetória artística, J.Borges produziu 314 folhetos de cordel (hoje só faz por encomenda) e um número incalculável de xilogravuras”.
O cordelista pernambucano já expôs seu trabalho em diversos museus como: o Louvre (França), o de Arte Popular do Novo México (Santa Fé, EUA), o de Arte Moderna de Nova York (EUA) e a biblioteca do Congresso norte-americano (Washington, EUA), “considerada a maior do mundo e que tem em seu acervo uma coleção do pernambucano”.
J. Borges já emprestou seus seres encantados para o mundo literário, ilustrando livros de importantes nomes como o do uruguaio Eduardo Galeano (1940-2015), “As palavras andantes”; José Saramago (1922-2010), “O Lagarto”; Miguel de Cervantes, em edição comemorativa aos 400 anos D.Quixote (2005), e do livro Contos Maravilhosos Infantis e Domésticos (2012, Editora Cosac Naify), que marcou o bicentenário da primeira edição dos contos dos irmãos Grimm.
J. Borges é o único artista brasileiro que foi convidado a participar do Calendário da Organização das Nações Unidas (2002), apresentando a gravura A vida na floresta.
Por: O Tempo