Segundo a Defesa Civil, há 146 pessoas desaparecidas e pelo menos 756 feridas. O número de desabrigados passa de 406 mil. Dos 497 municípios gaúchos, 435 sofreram impacto com as tempestades desde o final de abril
O número de mortos no Rio Grande do Sul subiu para 113, segundo balanço atualizado nesta sexta-feira (10) pela Defesa Civil. Há ainda uma morte sob investigação, 146 pessoas desaparecidas e pelo menos 756 pessoas feridas. O número de pessoas fora de casa mais que dobrou desde quarta-feira (8). Ao todo são 406,7 mil desabrigados, sendo 69.617 pessoas em abrigos e outras 337.116 acolhidas em casas de amigos, parentes ou instituições não governamentais.
Dos 497 municípios do Rio Grande do Sul, 435 têm algum relato de problema relacionado aos temporais, com 1,9 milhão de pessoas afetadas. A previsão do tempo adverte que há a possibilidade de que a situação se agrave. A taxa pluvial podem superar os 150 milímetros. Deve chover mais e de forma mais intensa no centro-leste e nordeste do estado. A região inclui Porto Alegre, onde bacias captam água para o rio Guaíba, que registrou níveis recordes de inundação.
A situação, porém, pode se agravar. O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemadem) emitiu nesta sexta um alerta com base na previsão do tempo para o Rio Grande do Sul. E classifica como “muito alta” a possiblidade de novas ocorrências hidrológicas nas regiões Centro-Oriental, Nordeste, Sudeste e Sudoeste do estado ao longo do final de semana. Isso indica que haverá novas chuvas, trazendo mais estragos.
Rajadas de vento favorecem enchentes
A previsão foi divulgada em nota técnica pelo Cemadem com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Se confirmado o cenário, a ocorrência de novas chuvas deve elevar o nível do Guaíba. O rio pode chegar a 5 metros, de acordo com um relatório da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
O documento aponta que, caso as chuvas não se confirmem, a tendência é de redução gradual, mantendo-se acima de 4 metros por mais de uma semana. A UFRGS menciona que, durante as enchentes históricas de 1941 em Porto Alegre, o Guaíba levou 32 dias para atingir os 3 metros, que é a cota de inundação. Segundo a última medição da secretaria estadual do Meio Ambiente nesta quinta (9), a cota atual do Guaíba é de 4,89 metros. Um complicador é a previsão de rajadas de ventos. Além de trazer frio, dificultam o escoamento das águas, como lembra a nota técnica.