A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) investigam o senador Romário (PL-RJ) por suposto envolvimento em um esquema de desvio de dinheiro de projetos de esportes da Prefeitura do Rio de Janeiro. O caso envolve ainda o vereador do Rio Marcos Braz (PL), vice-presidente de futebol do Flamengo. As informações são do Uol.
A reportagem detalhou que as acusações contra eles partiram da delação premiada do empresário Marcus Vinícius Azevedo da Silva, que tinha firmas –em nome dele ou de laranjas– que foram, segundo ele próprio já admitiu, beneficiadas por esquemas de desvios de dinheiro de projetos sociais da Prefeitura do Rio e do governo estadual.
Marcus foi preso em 2019 na Operação Catarata, do Ministério Público do RJ, cujo foco foram desvios de recursos da Fundação Leão 13, do governo estadual. A ONG Cebrac (Centro Brasileiro de Ações Sociais para Cidadania), citada por Marcus Vinícius no anexo da delação que envolve Romário e Marcos Braz, tinha relação com o empresário.
A reportagem apurou que dois contratos, no total de R$ 13 milhões, foram assinados com a ONG Cebrac durante a gestão de Marcos Braz na Secretaria Municipal de Esporte do Rio, seu primeiro cargo público. O delator afirma que houve direcionamento no processo que selecionou a entidade.
Em sua defesa, Romário disse, por meio de nota de sua assessoria de imprensa, que a delação “possui narrativa vaga e imprecisa”. Já Marcos Braz se mostrou surpreso e disse que não iria se manifestar.
O esquema
Segundo o delator, Braz pegava dinheiro em ONG, diz delator. O vereador era o responsável pelo recolhimento de valores desviados no esquema que envolveu a ONG para “favorecimento ilícito de Romário”. A reportagem não teve acesso a detalhes sobre como se dava o repasse.
Ainda de acordo com o Uol, o delator contou que os pagamentos ocorreram durante a passagem de Braz pelo comando da pasta, cargo para o qual foi indicado por Romário e onde permaneceu entre janeiro de 2015 e março de 2016.
O MPF pediu informações à Prefeitura do Rio sobre contratos assinados por Braz com o Cebrac no valor total de R$ 13 milhões, para a gestão de vilas olímpicas (espaços para prática de esportes).
De acordo com a reportagem, um inquérito foi aberto no início deste mês no STF (Supremo Tribunal Federal) para investigar o caso, que tem indícios de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Sob sigilo, o inquérito tem relatoria do ministro Kassio Nunes Marques.