O mestre de obras Bruno dos Santos Morais, vítima de um grave acidente de trabalho em Saquarema, na Região dos Lagos, tornou-se o 1º paciente a receber um transplante de pele na rede municipal de saúde do Rio de Janeiro.
Em dezembro, enquanto trabalhava em uma obra, Bruno sofreu uma descarga elétrica ao levantar ferragens próximas a um fio de alta tensão. Com queimaduras graves nos braços e pernas, foi levado ao Centro de Tratamento de Queimados do Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz.
O transplante de pele, anteriormente realizado apenas em hospitais particulares e federais, contou com tecido doado pela família de uma pessoa falecida. Assim como nos transplantes de outros órgãos, o procedimento segue rígidos protocolos de segurança e depende da autorização dos familiares do doador.
No caso de Bruno, a cirurgia foi essencial para prevenir a amputação de uma das mãos e acelerar a recuperação das áreas atingidas.
De acordo com a médica Carolina Junqueira, chefe do Centro de Tratamento de Queimados do Hospital Pedro II, o transplante é inteiramente custeado pelo SUS, sem qualquer despesa para o paciente e hospital. “Com esse procedimento, conseguimos salvar o paciente de forma mais rápida, cobrindo grandes áreas queimadas ou feridas complexas que podem levar à perda de membros essenciais”, explicou Carolina.
Como é o procedimento
Pequenos pedaços de pele são retirados de partes do corpo do doador que não ficam visíveis, tratados e armazenados no Banco de Pele do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), um dos 4 existentes no Brasil. Após o preparo, o tecido é aplicado sobre as áreas queimadas como um curativo temporário, auxiliando na recuperação e evitando complicações mais graves.
Para Bruno, o transplante foi essencial para evitar a amputação de uma das mãos.
Ele agradeceu à família do doador e incentivou a doação de tecidos.
“Continue doando porque salva vidas, né? Salva vidas, cara, ajuda muitas pessoas.”