O último Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta semana, aponta que o Rio de Janeiro foi o quarto estado que mais reduziu a letalidade policial em 2023, com 459 mortes a menos em comparação a 2022, quando 1.330 pessoas foram vítimas de intervenção policial, representando uma queda de 34,5%. Apesar dessa redução, o estado ainda ocupa o sétimo lugar no ranking de letalidade policial no país.
O anuário destaca que em 2022, Bahia e Rio de Janeiro apresentaram números similares de mortes causadas por policiais, com 1.467 e 1.330 registros, respectivamente. No entanto, em 2023, a diferença tornou-se drástica: enquanto o Rio de Janeiro reduziu a letalidade policial em 34,5%, a Bahia registrou um aumento de 15,8%, chegando a 1.700 casos, quase o dobro do Rio.
O relatório também indica uma redução nacional de 1,1% na letalidade policial entre 2022 e 2023, passando de 6.455 para 6.393 vítimas. Esse número, porém, ainda é alto comparado aos 2.212 registros de dez anos atrás.
Daniel Hirata, coordenador do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (Geni) da Universidade Federal Fluminense (UFF), aponta que a redução da letalidade envolve fatores como a mobilização da sociedade civil em torno da ADPF 635, que determinou a instalação de câmeras corporais nos uniformes dos agentes. Além disso, por ser uma ordem do Supremo Tribunal Federal, essa ação tem tornado as operações mais seguras, com várias cautelas a serem seguidas pela polícia, como a proibição de operações noturnas e a proteção de perímetros de unidades de saúde e educação.