O Brasil retrocedeu 10 posições no Índice de Percepção de Corrupção da Transparência Internacional e está em 104º lugar entre 180 países, ao lado de Argélia, Sérvia e Ucrânia.
Um desastre como esse não se constrói da noite para o dia e é resultado de anos de políticas equivocadas dos governos Bolsonaro e que continuam na gestão de Lula, aponta relatório da organização não-governamental.
Com ataques sistemáticos ao Judiciário na Presidência, Bolsonaro é suspeito de interferir politicamente em todos os órgãos de controle: PF, Coaf, Receita e Abin.
O escândalo da “Abin paralela” é outro exemplo.
Segundo a transparência internacional, outros sinais de enfraquecimento do combate à corrupção são a indicação de Augusto Aras à PGR, que blindou a família em diversos processos, a criação do orçamento secreto e o retrocesso na transparência das informações.
Lula assume com credenciais mais democráticas, segundo o relatório, mas não só falha na reconstrução dos controles como piora a situação nesse primeiro ano de governo.
O relatório aponta, também, que as escolhas do presidente Lula para o STF se baseiam mais no critério de confiança pessoal e que o chamado orçamento secreto segue com nova roupagem.
Também colabora para a percepção ruim a tentativa de governo de desmonte da lei das estatais e as decisões monocráticas do ministro Dias Toffoli, anulando as provas da Odebrecht e aliviando multas dos acordos de leniência.