Tumulto e vaias ao governador do Rio de Janeiro marcaram a reinauguração do Restaurante Popular da Central, ontem.
Em entrevista coletiva concedida em frente ao restaurante, o governador Cláudio Castro classificou como lamentáveis os protocolos empregados nas operações da Polícia Militar que culminaram nas mortes dos menores Thiago, de 13 anos, na Cidade de Deus, Wendell, de 17 anos, na Ilha do Governador e Eloah, de 5 anos, no Morro do Dendê.
A Polícia Militar do Rio de Janeiro vai passar por um treinamento especial durante as abordagens. Dos 40 mil PMs que fazem parte da corporação no estado, mais de 4 mil já passaram pela reciclagem desde a reativação do programa, em 2022. A capacitação dura uma semana.
O porta-voz da Polícia Militar, coronel Marco Andrade, afirmou também em entrevista coletiva na terça-feira (15), que os treinamentos serão compulsórios para agentes envolvidos em ações que resultaram em morte.
Até essa segunda-feira, o Instituto Fogo Cruzado já registrou 16 crianças com menos de 12 anos baleadas no Grande Rio: 7 morreram e 9 ficaram feridas somente em 2023. Um terço dos jovens baleados na Região Metropolitana do Rio foi vítima de bala perdida. A metade deles foi atingida durante operações policiais.
Em 7 anos, mais de 600 crianças e adolescentes foram baleados na área que compreende cidades como o Rio de Janeiro, Niterói, Guapimirim, Itaboraí, São Gonçalo e Tanguá, além dos municípios da Baixada Fluminense.
Por Tatiana Alves