REPRESÁLIA DO TRÁFICO A AÇÕES DA PM TEM FOGO EM ÔNIBUS E BARRICADAS COM COLETIVOS E CAMINHÕES NO CHAPADÃO E EM BELFORD ROXO

Washington Costa de Oliveira, o W ou Charlote, foi morto em confronto com homens do 41º BPM (Irajá) no Chapadão. Ele comandava a facção na Vila Norma, em São João de Meriti.

Em represália a ações da PM no Grande Rio, criminosos atearam fogo a ônibus e sequestraram coletivos e caminhões para travar vias na manhã desta quarta-feira (14). Houve intenso tiroteio.

De acordo com a Polícia Militar, não há relação direta entre os ataques, mas foram ordenados por traficantes que queriam reprimir ações policiais. Os incidentes foram no Complexo do Chapadão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, e em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.

Policiais militares do 9ºBPM, 41ºBPM e do Batalhão de Policiamento em Vias Especiais (BPVE) começaram no início da tarde uma ação conjunta preventiva na Avenida Brasil e em seu entorno, na altura do Complexo do Chapadão. O objetivo é impedir que criminosos executem ações orquestradas com o objetivo de bloquear vias públicas.

No meio da manhã, no Chapadão, pelo menos 12 ônibus e caminhões foram tomados por traficantes após a morte, em confronto, de Washington Costa de Oliveira, o W ou Charlote, apontado como chefe do Comando Vermelho na Vila Norma, em São João de Meriti.

Segundo a PM, W trocou tiros com homens do 41º BPM (Irajá) que faziam uma operação na comunidade para coibir o roubo de carros. Ele acabou atingido e não resistiu.

Nos minutos seguintes, 9 ônibus e 3 caminhões foram sequestrados e usados como barricadas a fim de atrapalhar o deslocamento das forças policiais. Entre as vias fechadas estavam a Avenida Chrisóstomo Pimentel de Oliveira (antiga Estrada do Rio do Pau) e as ruas Alcobaça e Marcos de Macedo. Bandidos também ordenaram o fechamento do comércio na região de Anchieta e Guadalupe.

Quatro homens foram presos, e 1 fuzil e 3 pistolas, apreendidos.

W tinha ligação com disputas territoriais pelo controle de pontos de vendas de drogas em comunidades da Baixada Fluminense e na capital.

Belford Roxo

No fim da manhã, a represália foi em Belford Roxo, onde 2 ônibus foram incendiados na Avenida Automóvel Club. Não há informações de feridos.

O 39º BPM (Belford Roxo) também tinha iniciado uma operação contra ladrões de carros e de cargas nas comunidades do Castelar, da Guacha e de Santa Tereza.

Durante as ações, dois suspeitos foram presos e uma pistola foi apreendida pelos agentes. Posteriormente, suspeitos ligados ao tráfico local incendiaram dois ônibus.

‘Terror à população’

Porta-voz da PM, a tenente-coronel Claudia Moraes disse, em entrevista ao RJ1, que ainda não podia estabelecer uma correlação entre os ataques.

“No Chapadão tivemos uma ação do 41º BPM para reprimir roubos de veículos e cargas. Houve um confronto com criminosos e a morte de um deles, o W. A partir daí, começaram uma represália com sequestro de ônibus, impedindo a circulação das pessoas nas vias, mas a polícia impediu a depredação desses coletivos. Eles fazem isso quando chegamos perto deles”, afirmou.

“Em relação a Belford Roxo, é uma represália a uma ação do 39º BPM (Belford Roxo). E como sempre, esses criminosos levam o terror para a população. A Polícia Militar reforçou essas áreas”, emendou.

“A operação, o objetivo preliminar, foi o combate dos roubos [no Chapadão]. Sabemos que a região do 41º BPM, em Irajá, Pavuna, tem um índice de roubos e veículos e carga muito alto. Quando a polícia entra em campo, os criminosos começaram a atirar. O objetivo primordial, o planejamento que seguiu os cuidados da ADPF [das Favelas], foi para a repressão desses crimes. Mas houve um efeito dessa operação, que não era o objetivo principal.”

Impactos

Colégio Estadual Manoel Maurício de Albuquerque, na Pavuna, teve aula pela manhã, mas não abrirá durante a tarde.

Até a última atualização desta reportagem, a Clínica da Família Raimundo Alves Nascimento tinha suspendido o atendimento na unidade e as visitas domiciliares.

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