Na última quarta-feira (19), a Iniciativa Direito à Memória e Justiça Racial (IDMJR) lançou o relatório “Segurança Privada – Milícias e Racismo Institucional” que busca compreender a atuação das empresas de segurança privada na baixada fluminense do Rio de Janeiro e sua relação com as milícias.
O documento, lançado na Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, aponta que, segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), no estado do Rio de Janeiro existem 403 empresas de segurança privada legalizadas, 71% dessas empresas estão localizadas apenas na região metropolitana do Rio de Janeiro e na baixada fluminense, áreas mais atingidas pela violência urbana e domínio das milícias.
“Cerca de 85% das empresas estão registradas em somente dois municípios, são eles: Duque de Caxias e Mesquita”, detalha o relatório.
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A pesquisa também apontou que após uma queda em 2014, o setor teve um aquecimento de fôlego entre 2020 e 2021, período em que Jair Bolsonaro (PL) esteve na gestão do Poder Executivo do país. Segundo o relatório, na baixada fluminense, a maioria dos trabalhadores que atuam na segurança privada são homens negros, militares ou ex-militares e possuem renda média de até dois salários mínimos.
“A retomada do crescimento da geração de trabalho na área de segurança privada na baixada fluminense também pode ser analisada pela ótica das alterações dos conflitos armados nos territórios. Haja vista, neste mesmo período ocorreu a consolidação das milícias como um projeto de segurança pública do próprio Estado, atualmente comandando a maior parcela do território da baixada fluminense”, explica o texto.
Por- BDF