Criada em novembro de 2024, a Rede de Centros de Pensamento das Américas (CEPAS) realizou, nesta sexta-feira (16), uma conferência em Santiago, no Chile, para debater dois dos principais desafios enfrentados pela América Latina: crescimento econômico e segurança pública.
O Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), que é um dos fundadores da rede, esteve presente com nomes como José Pio Borges (presidente do Conselho Curador), André Lara Resende (conselheiro) e Julia Dias Leite (diretora-presidente do CEBRI e secretária-executiva da CEPAS).
Durante o evento, especialistas alertaram para os impactos do crime organizado no desenvolvimento dos países latino-americanos. Segundo dados apresentados, nove das dez cidades mais violentas do mundo estão na América Latina e no Caribe.
A violência estrutural, alimentada por redes criminosas que exploram recursos naturais de forma ilegal e comprometem o futuro de uma juventude vulnerável, foi apontada como um dos principais entraves ao avanço sustentável e inclusivo da região.
Palestrante convidado no evento, o economista Jeffrey Sachs, professor da Universidade de Columbia, defendeu o fortalecimento de soluções conjuntas entre os países latino-americanos. Sachs destacou que a região, já urbanizada e relativamente pacífica em termos de relações interestatais, possui condições favoráveis para construir respostas coordenadas.
Ele também ressaltou a importância de negociações comerciais. “A região deve ser capaz de negociar acordos comerciais, de negociar, regionalmente, com os Estados Unidos, com a União Europeia e, principalmente, com a China, que será cada vez mais essencial para os investimentos tecnológicos da América Latina e do Caribe”, completou.
No painel seguinte à palestra, o conselheiro do CEBRI, André Lara Resende, afirmou que o Brasil está saudável do ponto de vista econômico, mas enfrenta problemas com a progressiva infiltração do crime organizado nas instituições políticas. “O exemplo do Rio de Janeiro é o mais emblemático. O Estado perde terreno para as milícias, para o crime organizado, que cada vez mais penetra nas instituições políticas e, assim, a política está se criminalizando”, disse.
Por Bianca Penteado – Brasil247