A ONG atua há 18 anos e transforma a vida de jovens da Baixada Fluminense
A família Oliveira sonhou e virou realidade. No ano de 2006, Raissa Oliveira, junto a sua mãe Lúcia Cristina e seu irmão Diego Oliveira, tiveram a ideia de oferecer inclusão social por meio da música para jovens, com o objetivo de mudar a realidade das pessoas. Tudo começou nos sinais de trânsitos do Rio de Janeiro, mas em 2007, por questões estruturais, o trio não conseguiu dar continuidade nas atividades.
A semente havia sido plantada e em seguida o projeto foi levado para a porta da casa da Raissa e Diego, ainda sem espaço físico para acolher as crianças e jovens que estavam acompanhando as aulas de música. Em pouco tempo o número de participantes triplicou, mas o som alto dos instrumentos gerou reclamações da vizinhança. Mas eles não desistiram e o projeto ganhou força novamente, obrigando a família Oliveira a procurar um espaço adequado para as atividades.
“Tivemos dificuldades no início, mas conseguimos. Através da ajuda de amigos, realizamos as aulas num espaço que era uma antiga escola, onde foram desenvolvidas aulas de percussão e samba. Com a popularidade, a procura de crianças e jovens aumentou e foi aí que decidimos transformar o projeto em uma ONG”, conta Diego.
E o nome Raydi foi uma escolha de Lúcia, mãe da Raissa e Diego. A matriarca da família Oliveira sugeriu unir o início dos nomes dos filhos: Ray, de Raissa e Di, de Diego, e foi aí que nasceu o nome “Espaço Cultural Raydi”. Para atrair mais pessoas para a ONG, a familia buscou apoio da família e de amigos. Uma delas foi a professora de dança do Ventre, Terezinha Garcia, que ajudou com a inserção da modalidade nas atividades da ONG. Tempos depois o espaço onde a ONG se instalou fou vendido e mais uma vez eles tiveram que procurar um novo local para continuar com as atividades. Foi um período longo e exaustivo, mas novamente conseguiram um novo ponto para promover as atividades.
Novas parcerias foram construídas ao longo dos anos, e chegaram as aulas de balé, jazz, teatro, jiu-jitsu, capoeira, informática, além de acompanhamento médico e psicólogo aos alunos matriculados. O Espaço Cultural Raydi se transformou em um verdadeiro lar para todos os jovens e crianças carentes, onde as atividades desenvolvidas fazem parte da sua rotina e de suas vidas.
O Espaço Cultural Raydi tem diversos alunos que participam de concursos nacionais, em festivais de dança e conquistam sempre as primeiras colocações. Participam também de apresentações em shoppings e eventos sociais. Recentemente, os alunos conquistaram o primeiro lugar na categoria Dança do Ventre, sendo a primeira ONG a disputar o maior concurso de Dança da América Latina, em Joinville.
Raíssa Oliveira fala com orgulho sobre a dimensão que o projeto tomou. “Tudo começou como uma brincadeira de criança e hoje, sabemos que tiramos muitos jovens da rua e demos um novo rumo para suas vidas. Temos muitos professores voluntários no nosso projeto que um dia foram nossos alunos da ONG. Essa retribuição e compromisso em seguir com o legado nos faz ter a certeza de que estamos no caminho certo”, afirma ela.
O Espaço Cultural Raydi fica na Rua Antonio João Mendonça, nº 474, no Centro de Nilópolis, e tem cerca de 250 alunos cadastrados. A ONG também distribui cestas básicas para famílias cadastradas.