Até o dia 30 de novembro, equipes terão novembro com outras decisões em torneios nacionais
Duelo inédito em finais de Libertadores, Atlético-MG x Botafogo colocará frente a frente dos dois grandes times da temporada, em questão de investimentos, elencos e futebol apresentados. Com trajetórias diferentes durante este ano, as equipes de Gabriel Milito e Artur Jorge também estão disputando títulos nacionais, o que dividirá a atenção ao longo dos próximos 29 dias, até a final continental, em Buenos Aires, na Argentina, em 30 de novembro.
As equipes mudaram bastante no decorrer da temporada, com a contratação de peças que incrementaram seus esquemas. O alvinegro carioca subiu de produção com a janela de meio de ano, na qual levou titulares como Thiago Almada, Igor Jesus e Vitinho. Contratação mais cara da história do clube, o argentino tem sido extremamente decisivo. Já o mineiro trouxe uma peça que costuma ser mais ligada à irreverência em campo, mas nunca deixou de ser iluminado: Deyverson.
Uma análise feita sob a ótica de toda a campanha traria outros destaques, mas o momento é o que mais deve pesar no Monumental de Núñez, em um jogo no qual um lance pode definir o campeão. Foi assim que Almada apareceu diante de São Paulo (quartas de final) e Peñarol (semifinal), e Deyverson foi fundamental contra Fluminense (quartas) e River Plate (semifinal).
Projetando o Botafogo que se apresentará em campo, não há como fugir da proposta de quatro jogadores ofensivos — geralmente, Savarino, Luiz Henrique, Almada e Igor Jesus — promovendo uma movimentação muito intensa na frente, com o apoio constante dos laterais, a depender de quais são escolhidos pelo treinador. Em dias que tudo dá certo, a equipe tem a virtude para rodar a bola com paciência, em busca de espaços, e consegue encaixar sequências de golpes no adversário.
O que pode pesar é uma certa fragilidade no meio-campo, que muitas vezes peca no combate. Alguns nomes novos, como Vitinho, também precisam de melhor adaptação ao esquema, mesmo que já seja titular em pouco tempo. Por fim, a ansiedade deste grupo por vencer o primeiro grande título, às vezes, descoordena as ações, mas não tem faltado insistência.
Já o Galo é uma equipe de personalidade, desde o treinador que não teme fazer mudanças, até os jogadores do nível de Hulk, Paulinho e Gustavo Scarpa, frios nas horas que pedem resoluções individuais. Cada vez mais entrosado, o trio pode definir um jogo em poucos minutos. A adição de Deyverson teve um encaixe surpreendentemente positivo, trazendo um quê de improviso a um time mais rígido.
A equipe de Milito sabe atuar com três zagueiros, o que refina sua saída de bola e também permite uma série de variações táticas ao longo dos 90 minutos.
Nas semifinais, ambos provaram saber fazer um jogo de proteção quando necessário. O zagueiro Battaglia, do Atlético-MG, foi especial destaque no empate com o River Plate, no mesmo estádio da final. O Botafogo também foi cauteloso contra o Peñarol, dando-se ao luxo de carimbar a classificação com time misto, mas que mantém a mentalidade.
O confronto direto entre eles neste ano terminou com uma vitória do Botafogo por 3 a 0, no Nilton Santos, em julho. Em que pese o Atlético ter tido Igor Rabello expulso, o jogo reservou grande atuação de Savarino, que reencontrará o ex-clube. Ele é um dos fatores que pode desequilibrar em um confronto de equipe que viveram altos e baixos, e chegarão a Buenos Aires mais maduras e maleáveis.
Um fator importante para ficar de olho são os calendários diferentes. O Botafogo é o líder do Brasileirão e não pode abrir mão de nenhuma das cinco partidas que disputará. Inclusive, deve precisar visitar o vice-líder Palmeiras, pela 36ª rodada, no dia 26, quatro antes da decisão. A CBF ainda confirmará a mudança, que arrastará Atlético-MG x Juventude para a mesma data.
O Galo, por sua vez, terá sete jogos, pois também disputará as partidas da final da Copa do Brasil, contra o Flamengo. Neste domingo, o jogo será no Maracanã, a partir das 16h. No próximo dia 10, o Atlético sonha em conquistar o título nacional diante de sua torcida na Arena MRV, em Belo Horizonte.