RAÇA DE CAMPEÃO

Botafogo esteve longe de suas melhores atuações neste Campeonato Brasileiro. Porém, ao buscar o empate em 2 a 2 com o Santos na reta final, a equipe demonstrou um traço significativo em sua campanha nesta temporada. Por mais que esteja em uma situação adversa (tanto no placar quanto na parte emocional), o grupo tem brio para lutar até o final das partidas.

O poder de reação demonstrado na reta final da partida trouxe alguns sinais para Bruno Lage. O treinador, que completa uma semana à frente da equipe, viu a equipe lidar com ausências e se rearranjar taticamente para, enfim, encontrar um rumo na partida na Vila Belmiro.

Na etapa inicial, o Botafogo passou por apuros diante do Santos. A equipe padeceu com a ausência de Eduardo, que estava fora devido a uma lesão no tímpano.

Lage optou por escalar Danilo Barbosa ao lado de Marlon Freitas e encarregar Tchê Tchê de municiar o ataque. No entanto, as jogadas não funcionavam com naturalidade. O camisa 6 era facilmente neutralizado pela marcação adversária e sofria porque Di Plácido e Marçal não subiam para apoiar com tanta frequência. Com isso, o meio ficava encaixotado.

Os astros pareciam jogar contra o Glorioso. Luis Henrique e Júnior Santos corriam muito, mas se enrolavam nas conclusões. E até mesmo Adryelson tentou de maneira atabalhoada um carrinho diante de Marcos Leonardo, dando brecha para ser driblado com facilidade e sofrer o gol adversário.

Marçal, outra válvula de escape, também vinha em uma atuação instável até perder a bola diante de Lucas Lima. O meia santista esticou a bola e Marcos Leonardo fez o segundo gol.

A reta final, porém, trouxe uma virada para o Botafogo. Victor Sá havia indicado bons caminhos pelas pontas para os botafoguenses arriscarem. No entanto, a rota foi deslanchada graças a Janderson.

Aproveitando bom lançamento de Marçal, o camisa 39 atravessou pela esquerda e serviu Tiquinho Soares. Com frieza, o camisa 9 recolheu e concluiu, comprovando que havia espaço para reação alvinegra.

As alterações de Bruno Lage aumentaram a força ofensiva do Alvinegro, e o gol do empate foi questão de tempo. Em um momento de redenção, Adryelson mostrou sua qualidade na cabeçada para decretar o empate em 2 a 2 aos 41.

As entradas de Lucas Fernandes e Carlos Alberto fizeram o Botafogo imprensar os santistas e, por pouco, a virada não aconteceu nos minutos finais. O empate em 2 a 2 na Vila Belmiro traz algumas faces além do alento do ponto conquistado.

O Alvinegro sofreu além da conta e precisa de alternativas ofensivas para substituir pilares como Eduardo. Além disso, houve dificuldades para fechar os espaços ao adversário e momentos de desorganização em campo. Mas a vivência do elenco, aliada à atitude que o “poder coletivo”, manifestaram que podem ser cruciais na luta pelo título. Há uma equipe incansável em campo.

Por Vinícius Faustini

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