Um dos maiores vencedores de 2024, o prefeito reeleito de Recife diz que a polarização cria uma cortina de fumaça sobre os desafios reais de uma cidade
Em entrevista à Folha de S.Paulo, o prefeito reeleito do Recife, João Campos (PSB), afirmou que “quem se fortaleceu nas eleições foi o centro pragmático”. Com 78% dos votos válidos no primeiro turno, ele apontou que a polarização política tem afastado a atenção dos problemas reais que afetam as cidades. “Nos grandes conflitos ideológicos de esquerda e direita, tem questões que são valorosas para os dois campos, mas que, na prática, não são a essência das demandas do dia a dia de uma cidade”, disse Campos. “A polarização traz um embate que cria uma cortina de fumaça para os desafios reais da gestão de uma cidade.”
Campos também falou sobre o cenário eleitoral em São Paulo e sua namorada, Tabata Amaral (PSB). Ele comentou que ela “tem autonomia para tomar a decisão de se engajar ou não na campanha de Guilherme Boulos (PSOL) contra Ricardo Nunes (MDB)” e destacou que “ela foi uma grande candidata, sai maior do que entrou. Teve uma grande vitória política e mostrou que está preparada para uma grande caminhada.”
Sobre a possibilidade de se candidatar ao governo de Pernambuco em 2026, João Campos foi enfático: “É muito cedo para você cravar quem será candidato a que em 2026.” Ele ressaltou que, mesmo após a vitória eleitoral, ainda é cedo para decidir sobre seu futuro político.
Campos ainda observou que os partidos com maior presença no Congresso Nacional e mais estrutura são os que mais cresceram nas últimas eleições: “Os partidos que têm uma construção mais profissional com lógica resultadista e os com maior presença no Congresso também têm mais volume de prefeituras.” Segundo ele, é fundamental analisar esse resultado para entender a força do “centro pragmático” nas disputas eleitorais.