Levantamento mostra que mais de um terço do total de municípios brasileiros tem moradores em áreas de risco para deslizamentos, enxurradas e inundações. O que indica um aumento de 140% em relação ao apontado há 12 anos
Ao menos 8,9 milhões de brasileiros moram em áreas de risco. É o que revela um estudo do governo federal, divulgado na quinta-feira (18), mostrando que em 1.942 municípios, mais de um terço do total, há pessoas suscetíveis a desastres naturais, como deslizamentos, enxurradas e inundações.
De acordo com o estudo, as 10 cidades com maior número de áreas de risco são: São Paulo, Teresópolis (RJ), Blumenau (SC), Petrópolis (RJ), Nova Friburgo (RJ), Maceió, Fortaleza, Belo Horizonte, Jaboatão dos Guararapes (PE) e Salvador (BA). A capital baiana lidera o dado negativo, uma vez que tem mais de 1,2 milhão de moradores em áreas de risco, o que representa 50,3% da população.
Por região, Sudeste e Nordeste têm o maior número de municípios com áreas de risco. O estado de Minas Gerais, por exemplo, é o que registra o maior número de cidades na lista, com 283. A unidade federativa com a maior população exposta a áreas suscetíveis a desastres naturais, contudo, é São Paulo, onde 1.552.836 estão nessa situação.
Mais de 23 mil ocorrências
O resultado também indica um aumento de quase 140% em relação há 12 anos. Um estudo do governo federal feito na época identificou 821 municípios com áreas de risco. O atual levantamento é um esforço interministerial e reúne a Casa Civil com os ministérios de Desenvolvimento Regional, das Cidades, da Ciência e Tecnologia, de Minas e Energia e do Meio Ambiente. A partir dessas informações, o objetivo, segundo o governo, é usar os dados para direcionar os recursos federais para a Defesa Civil e o desenvolvimento de ações nessas localidades.
Entre 1991 e 2022, o relatório aponta que foram registradas 23.611 ocorrências de desastres naturais em todo país. Os episódios levaram a 3.890 mortes e 8.226.314 desalojados ou desabrigados. Entre as metas listadas, o governo pretende também garantir recursos para prevenção de desastres por meio do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Em setembro do ano passado, o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, afirmou que, até 2026, o Novo PAC destinará R$ 14,9 bilhões para a iniciativa. Nesta semana, temporais deixaram rastro de destruição em diversas cidades do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, com mortes e milhares de desabrigas. Uma situação trágica que pode aumentar dado o crescimento de eventos extremos com as mudanças climáticas.
Por RBA