Caiu como uma bomba na Polícia Federal o anúncio feito general da reserva Marcos Amaro de que a proteção do presidente Lula vai retornar para o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) em junho.
Desde a posse, a segurança do presidente vem sendo feita pela Polícia Federal, já que havia desconfianças sobre os militares do GSI, até então comandado pelo general Heleno. As suspeitas do novo governo acabaram confirmadas na tentativa de golpe de 8 de janeiro, quando os militares do GSI falharam, por incompetência ou cumplicidade com o golpe.O blog apurou que se a proteção presidencial voltar para os militares, os 300 policiais federais treinados para este tipo de serviço não serão cedidos para trabalhar sob o comando do GSI.
O problema mora aí
Os militares não são especializados para este tipo de serviço, enquanto na Polícia Federal existe treinamento específico para Segurança de Dignitários, sejam autoridades nacionais ou estrangeiras, chamadas de VIP (Very important person), que necessitam da segurança pessoal pelo grau de risco a que estão expostas.
O treinamento na PF é realizado pela Academia Nacional de Polícia, em Sobradinho, Distrito Federal. Todos os policiais federais designados para o Serviço de Segurança de Dignitários quando vão trabalhar nessa atividade têm de frequentar este tipo de aperfeiçoamento. Inclusive treinam defesa pessoal e até a condução defensiva de veículos.
Os militares não recebem este tipo de treinamento em sua formação, porque esta é uma atividade policial e não militar. Basta ver que em qualquer democracia do mundo, este tipo de serviço cabe à polícia e não aos militares. É mais uma jabuticaba verde oliva do Brasil.
Em entrevista aos repórteres Sérgio Roxo e Thiago Bronzato, do jornal o Globo, Amaro disse que a mudança foi sinalizada por Lula, o que também é desconhecido na Polícia Federal.
O GSI, sob tutela dos militares, tem um longo histórico de fracassos em todos os governos recentes: não impediu que Dilma e Temer fôssemos grampeados, ela pelo governo americano e seu sucesso, pelo empresário Joesley Batista. No governo Bolsonaro não impediu que um avião da FAB, que fazia parte da comitiva presidencial, transportasse cocaína. E ainda resta a dúvida, se militares do GSI falharam ou ajudaram na tentativa de golpe contra Lula.
Por- G1