PRISÃO DE COLLOR POR ORDEM DE ALEXANDRE DE MORAES ACENDE ALERTA VERMELHO NO ENTORNO DE BOLSONARO

PRISÃO DE COLLOR POR ORDEM DE ALEXANDRE DE MORAES ACENDE ALERTA VERMELHO NO ENTORNO DE BOLSONARO

Collor foi condenado em maio de 2023 a oito anos e dez meses de prisão em regime fechado, por envolvimento em um esquema de corrupção

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou na última quinta-feira (24) a prisão imediata do ex-presidente e ex-senador Fernando Collor, aumentou a preocupação entre aliados de Jair Bolsonaro. Segundo informações do O Globo, o gesto é interpretado como um sinal claro de que o ministro pretende dar celeridade às investigações sobre a tentativa de golpe de Estado e adotar uma linha dura contra recursos considerados meramente protelatórios.

Collor foi condenado em maio de 2023 a oito anos e dez meses de prisão em regime fechado, por envolvimento em um esquema de corrupção na BR Distribuidora, revelado pela Operação Lava-Jato. Após a rejeição dos primeiros embargos de declaração pelo plenário do STF em novembro do ano passado, Moraes negou os segundos recursos em decisão monocrática e determinou o cumprimento imediato da pena. A decisão ainda será referendada pelos demais ministros em sessão extraordinária do plenário virtual nesta sexta-feira (25).Na avaliação do ministro, “o caráter procrastinatório do recurso pode e deve ser reconhecido monocraticamente pelo ministro relator, o qual tem competência também para determinar a certificação do trânsito em julgado e o imediato cumprimento da pena”.

A atuação de Moraes tem provocado tensão no entorno de Bolsonaro, especialmente porque a defesa do ex-presidente considera fundamentais os recursos que ainda serão apresentados nos processos em que ele é investigado por participar de uma trama para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva. A expectativa é que a Primeira Turma do STF julgue os primeiros embargos até dezembro, o que abriria caminho para que, usando o mesmo entendimento aplicado no caso de Collor, Moraes rejeite novos recursos e decrete a prisão de Bolsonaro antes do recesso de fim de ano.

Em maio de 2023, o STF considerou que Fernando Collor, com o apoio dos empresários Luis Pereira Duarte de Amorim e Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos, recebeu R$ 20 milhões em propina para facilitar contratos da BR Distribuidora com a UTC Engenharia. O acerto teria envolvido, ainda, apoio político para nomeações e manutenção de diretores da estatal.Apesar de o plenário da Corte ter negado o primeiro recurso de Collor ainda em 2023, um pedido de destaque do ministro André Mendonça transferiu a análise do plenário virtual para o físico, o que acabou adiando a execução da pena. Com o novo entendimento firmado por Moraes, essa estratégia perde força.Nos bastidores do STF, ministros reconhecem que o julgamento da tentativa de golpe — considerado um dos processos mais sensíveis da história recente da Corte — deve ter desfecho antes do fim de 2025.

 A decisão envolvendo Collor sinaliza que recursos que apenas retardem a conclusão dos processos não terão espaço. Essa postura preocupa a defesa de Bolsonaro, que teme que o ministro esteja disposto a acelerar a responsabilização penal dos envolvidos.Para setores do Congresso, o endurecimento das decisões do STF também tem impacto político: ao agir com rapidez, Moraes reforça a autoridade da Corte diante de casos que abalam a institucionalidade democrática, além de reduzir margens para manobras jurídicas.Assim como Collor, Bolsonaro poderá enfrentar a mesma estratégia jurídica, com menor espaço para recursos e possibilidade de execução imediata da pena caso seja condenado.4º

Por Brasil 247

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