A loja Era Uma Vez o Mundo impactou cerca de 15 mil crianças da rede municipal do Rio com o projeto ‘Dandara nas Escolas’. No entanto, desde janeiro a fábrica está parada por falta de recursos.
“Brincar é poder”. Esse é um dos lemas da Era uma Vez o Mundo, a primeira loja exclusiva de bonecas negras do país. Após quase 10 anos de funcionamento, a fábrica de bonecas precisou ser fechada e agora precisa de ajuda financeira para retomar os trabalhos.
A empresária Jaciana Melquiades surpreendeu quem admira o trabalho feito pela loja ao anunciar que precisaria fechar a empresa por falta de recursos financeiros. A comunicação foi feita em janeiro. No entanto, em abril uma nova esperança nascia.
Uma campanha foi mobilizada na internet para vender mil bonecas em dois meses, com o objetivo de juntar recursos para que a fábrica fosse reaberta.
O esquema montado foi o seguinte: os clientes compravam as bonecas entre abril, maio e junho. Nos dois meses seguintes, a empresa se organizava para fazer as entregas entre setembro e outubro, a tempo de alegrar o Dia das Crianças de muitas meninas e meninos negros pelo país.
Porém, em agosto, a meta ainda não foi alcançada. Até a publicação desta reportagem, 412 bonecas continuavam a venda, com valores promocionais que espvariam entre R$ 50 e R$ 100.
A campanha foi estendida até o dia 13 de agosto, com a expectativa de que a meta seja alcançada para que funcionários sejam contratados e o serviço volte a todo o vapor.
“A gente vai conseguir reabrir. A meta garante que a gente vai conseguir contratar toda a equipe necessária para dar conta de todas as tarefas”, explica Jaciana.
Representatividade
Criada em 2013 em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, a loja se tornou referência na representatividade negra entre crianças.
Em 2022, foi colocado em prática o projeto “Dandara nas Escolas”, que doava bonecas para escolas da rede municipal do Rio. Cerca de 15 mil crianças foram impactadas em 35 escolas. Ao todo, foram doadas 2 mil bonecas.
E para continuar a ação, a cada 5 bonecas vendidas na campanha, uma será doada para uma escola pública em 2023.
As compras são feitas pelo site da loja. Além de bonecas, eles têm uma parte separada para produção cultural e até formação de professores em cursos sobre representatividade e africanidade.
Por Thaís Espírito Santo, g1 Rio