Apesar do anúncio do acordo pelos mediadores na quarta-feira, aviões de guerra israelenses mantiveram ataques intensos e mataram mais de 80 palestinos
O gabinete israelense se reúne nesta sexta-feira (17) para aprovar um acordo com o Movimento da Resistência palestina Hamas para um cessar-fogo na Faixa de Gaza e a libertação de cativos, informou o escritório do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Apesar do anúncio do acordo pelos mediadores na quarta-feira, aviões de guerra israelenses mantiveram ataques intensos, e autoridades palestinas disseram na quinta-feira à noite que pelo menos 86 pessoas foram mortas no dia seguinte ao anúncio da trégua.
Com antigas divisões aparentes entre os ministros, Israel adiou as reuniões esperadas para quinta-feira, quando o gabinete deveria votar o pacto.
Mas nas primeiras horas de sexta-feira, o gabinete de Netanyahu disse que a aprovação era iminente.
“O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu foi informado pela equipe de negociação que acordos foram alcançados para libertar os reféns”, disse seu gabinete em um comunicado.
O governo israelense ainda não deixou claro se haveria algum atraso no início do cessar-fogo no domingo.
O porta-voz da Casa Branca, John Kirby, disse que Washington acredita que o acordo está no caminho certo e que um cessar-fogo no conflito de 15 meses deve ocorrer “já no final deste fim de semana”.
Um grupo que representa famílias de reféns israelenses em Gaza, 33 dos quais devem ser libertados na primeira fase de seis semanas do acordo, pediu ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu que avance rapidamente.
O alto funcionário do Hamas, Izzat el-Reshiq, disse que o grupo continua comprometido com o acordo de cessar-fogo.
Em Gaza, a alegria pela trégua deu lugar à tristeza e à raiva pelo bombardeio intensificado que se seguiu ao anúncio do cessar-fogo na quarta-feira.
A aceitação do acordo por Israel não será oficial até que seja aprovada pelo gabinete de segurança e pelo governo. O gabinete do primeiro-ministro não comentou sobre o momento.
Alguns analistas políticos especularam que o início do cessar-fogo, previsto para domingo, pode ser adiado se Israel não finalizar a aprovação até sábado.
Os linha-duras do governo de Netanyahu, que dizem que a guerra não atingiu seu objetivo de acabar com o Hamas e não deve terminar até que isso aconteça, esperavam impedir o acordo.
Por Reuters