O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, atribuiu nesta sexta-feira (31/1) o déficit de R$ 3,2 bilhões da estatal em 2024 à taxação das compras internacionais, à tentativa de privatização da empresa e ao pagamento dos precatórios (requisições de pagamento de dívidas expedidas após condenação judicial definitiva). O resultado foi o pior entre todas as empresas estatais do governo.
“Esse resultado que foi divulgado se refere a um contexto específico que foi a regulamentação, o compliance que foi dado às compras internacionais. Isso teve um impacto significativo na nossa empresa. E também [se deve] a precatórios, que são frutos de gestões anteriores e que hoje estão contabilizadas no nosso resultado”, disse o chefe dos Correios.
“A empresa está em um processo franco de recuperação”, afirmou também.
Santos se reuniu na manhã desta sexta com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para debater a situação da estatal, que registrou um déficit de R$ 3,2 bilhões em 2024. Também participaram da reunião a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, e a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior.
Entenda a situação dos Correios
- Em 2024, os Correios responderam pela maior parte do déficit geral das empresas estatais, com resultado negativo em R$ 3,2 bilhões.
- Apesar do rombo, a quebra de monopólio estatal ou a desestatização da empresa não estão em debate no governo Lula (PT).
- Além do déficit, a empresa também deve encerrar 2024 com prejuízo. Segundo balanço do 3º trimestre do ano passado, o prejuízo estava em R$ 2,1 bilhões.
- Governo debate alternativas de aumento de receitas, como projetos já estavam em debate e foram sendo abandonados. É o caso, por exemplo, de parcerias com empresas privadas de market place que foram encerrados e estão sendo retomados.
por Daniela Santos e Flávia Said – Metrópoles