PRESIDENTE DA CNI CONSIDERA QUEDA DOS JUROS EM 0,5 PONTO INSUFICIENTE PARA RETOMAR CRESCIMENTO

Ricardo Alban alertou para os riscos da política monetária contracionista do Brasil

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) manifestou sua preocupação com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de reduzir a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, chegando a 12,25% ao ano nesta quarta-feira (31).

O presidente da CNI, Ricardo Alban, expressou sua insatisfação afirmando que a redução da taxa básica de juros “não é suficiente” para impedir “custos adicionais e desnecessários”. “Tenho a plena convicção de que a queda de juros não está na velocidade que nós precisamos. Na verdade, estamos em uma armadilha, porque a nossa taxa Selic atingiu um patamar bastante desestimulante”, delcarou.

As consequências da política monetária contracionista do Brasil são evidentes. A taxa de juros real, mesmo após as reduções de agosto e setembro, permanece em 8,5% ao ano. “Isso deixa claro o quão contracionista tem sido a política monetária brasileira e que o patamar da Selic ainda é excessivo para o cenário de inflação corrente, assim como para a perspectiva de inflação futura”, ressaltou Alban. Além disso, o setor econômico do país tem mostrado sinais de desaceleração, com a indústria de transformação registrando uma queda de 1,2% e o setor de Serviços apresentando estabilidade.

Em relação à inflação, o cenário parece favorável, com o IPCA registrando uma desaceleração de 7,2% no acumulado em 12 meses até setembro de 2022, para 5,2% em setembro de 2023. Os preços dos alimentos, que pressionaram bastante a inflação em 2021 e 2022, mostram queda, com variação negativa de 1,02%, no acumulado em 12 meses até setembro, apontou Alban. O presidente da CNI acrescentou que os preços de produtos industriais também estão sob controle e os de Serviços têm mostrado sinais de desaceleração.

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