O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, criticou nesta 2ª feira (22.mai.2023) os ataques racistas sofridos pelo jogador brasileiro Vinicius Jr., do Real Madrid, durante partida do clube merengue e o Valência no domingo (21.mai), válida pelo Campeonato Espanhol.
Em seu perfil no Twitter, Sánchez disse que “o ódio e a xenofobia não deveriam ter lugar no nosso futebol ou na nossa sociedade” e afirmou que ter “tolerância zero para o racismo no futebol”. No entanto, o premiê espanhol não disse se alguma punição ao Valência seria aplicada.
Ainda na publicação, Sánchez compartilhou o anúncio de uma campanha contra o racismo nos estádios do país que será realizada pelo Conselho Superior da Esportes da Espanha em conjunto com a Federação da Espanha de Futebol e a LaLiga –liga de clubes espanhola que organiza o campeonato do país.
Os capitães dos principais clubes da LaLiga, como o Real Madrid e o Barcelona, devem participar da campanha.
ENTENDA O CASO
O jogador brasileiro do Real Madrid Vini Jr., 22 anos, voltou a ser vítima de ataques racistas no domingo (21.mai.2023), durante partida entre o clube merengue e o Valencia, válida pelo Campeonato Espanhol.
Em vídeos que circulam nas redes sociais e que foram gravados das arquibancadas do estádio de Mestalla, casa do Valencia, é possível ouvir coros de “mono” (macaco em espanhol). Aos 27 minutos do 2º tempo, Vini Jr. chama o árbitro, vai até a linha de fundo do campo e aponta para a arquibancada. É nítido que o atleta diz “é você”. A partida foi interrompida. De acordo com o jornal As, 2 torcedores que insultaram o brasileiro foram identificados.
Não é a 1ª vez que Vini Jr. é vítima de ofensas racistas. Em fevereiro de 2023, a LaLiga, responsável pelo Campeonato Espanhol, criou uma comissão só para cuidar dos casos de racismo contra o brasileiro. À época, o presidente da LaLiga, Javier Tebas, disse que era preciso solucionar o problema.
Depois do jogo, Vini Jr. se pronunciou em seus perfis nas redes sociais e rebateu uma mensagem publicada por Tebas em resposta à manifestação do atleta brasileiro. Entenda abaixo:
- Vini Jr. se pronuncia às 17h18 – afirma que o racismo é “normal” para a LaLiga e que não foi a 1ª, 2ª e nem a 3ª vez que é vítima de insultos racistas. Escreve que a Espanha, um país que o acolheu e que ele ama, aceitou exportar ao mundo a imagem de ser racista;
- Tebas responde a Vini Jr. às 18h13 – declarou que Vini Jr. precisa se informar antes de “criticar e insultar” a LaLiga; pediu ao jogador que ele não se deixe ser “manipulado”;
- Vini Jr. responde a Tebas às 19h38 – afirmou que a omissão de Tebas o iguala aos racistas, que a imagem do Campeonato Espanhol está abalada e exigiu punições: “Hashtag não me comove”.
O técnico do Real, Carlo Ancelotti, foi duro ao falar do episódio. Disse que:
- há algo errado com o Campeonato Espanhol;
- pensou em tirar Vini Jr. do jogo para que não fosse atacado, mas que o atleta não é o culpado, é a vítima;
- não há perdão para insultos racistas;
- a situação é grave, mas acredita que “nada vai acontecer”.
Por- Poder 360