Mina de extração de minérios tem risco iminente de ruptura do solo; empresa diz que está monitorando a situação da área
O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL-AL), conhecido como JHC, criticou a Braskem nesta 6ª feira (1º.dez.2023) diante do risco iminente de ruptura do solo no bairro de Mutange, na capital alagoana, onde está uma das minas exploradas pela empresa.
“A exploração gananciosa e predadora da Braskem gerou um dano material e social sem tamanho”, disse em entrevista à GloboNews. “É uma dor crônica, sempre presente, nos assombrando”, afirmou. “Muitas pessoas que moravam não sabiam sequer que ali embaixo estava havendo exploração. Hoje, é mais um capítulo desta tragédia e a população é vítima”, completou o prefeito.
JHC também disse que não é possível cravar quando a mina colapsará ou como esse processo deve se dar: “Não podemos afirmar categoricamente que essa mina vai gerar a ruptura do tamanho que muitos têm esperado”, afirmou. Segundo a Defesa Civil, o colapso da mina não pode ser evitado.
Em nota, a Braskem disse que está mobilizada e monitorando a situação da área, “tomando todas as medidas cabíveis para a minimização do impacto de possíveis ocorrências”. A empresa também afirmou que foi implementado um monitoramento, com equipamentos de última geração, para detectar movimentações no solo e viabilizar o acompanhamento pelas autoridades e a adoção de medidas preventivas.
Eis a íntegra da nota da Braskem:
“A Braskem continua mobilizada e monitorando a situação da mina 18, localizada no bairro do Mutange, tomando todas as medidas cabíveis para minimização do impacto de possíveis ocorrências. Referido monitoramento, com equipamentos de última geração, foi implementado para garantir a detecção de qualquer movimentação no solo da região e viabilizar o acompanhamento pelas autoridades e a adoção de medidas preventivas, como as que estão sendo adotadas no presente momento.
“Os dados atuais de monitoramento demonstram que a acomodação do solo segue concentrada na área dessa mina e que essa acomodação poderá se desenvolver de duas maneiras: um cenário é o de acomodação gradual até a estabilização; o segundo é o de uma possível acomodação abrupta.
“Todos os dados colhidos estão sendo compartilhados em tempo real com as autoridades, com quem a Braskem vem trabalhando em estreita colaboração.
“A área de serviço da Braskem nas proximidades da mina 18 está isolada desde a tarde de terça-feira. Ademais, a região onde está localizada referida mina (área de resguardo) já está totalmente desocupada desde 2020.
“Desde a noite da 4ªfeira (29.nov), a empresa também está apoiando a realocação emergencial dos moradores de 23 imóveis (localizados dentro do mapa, mas fora da área de resguardo) que ainda resistiam em permanecer na área de desocupação determinada pela Defesa Civil em 2020. Essa realocação emergencial foi determinada judicialmente na tarde da 4ªfeira (29.nov) e está sendo coordenada pela Defesa Civil. Até o momento, 22 desses imóveis já foram desocupados e os trabalhos prosseguem.
“A realocação preventiva de toda a área de risco foi iniciada em dezembro de 2019 e 99,3% dos imóveis já estão desocupados (dados de 31 de outubro de 2023).
“A extração de sal-gema em Maceió foi totalmente encerrada em maio de 2019, e a Braskem vem adotando as medidas para o fechamento definitivo dos poços de sal, conforme plano apresentado às autoridades e aprovado pela Agência Nacional de Mineração (ANM). Esse plano registra 70% de avanço nas ações, e a conclusão dos trabalhos está prevista para meados de 2025.
“Das 35 cavidades, 9 receberam a recomendação de preenchimento com areia. Destas, 5 tiveram o preenchimento concluído, em outras 3 os trabalhos estão em andamento e 1 já está pressurizada, indicando não ser mais necessário o preenchimento com areia.
“Além dessas, em outras 5 cavidades foi confirmado o status de autopreenchimento.
“As demais 21 cavidades estão sendo tamponadas e/ou monitoradas, sendo que em 7 delas o trabalho já foi concluído. As atividades para preenchimento da cavidade 18 estavam em andamento e foram suspensas preventivamente devido à movimentação atípica no solo.
“Todo o trabalho segue prazos pactuados no âmbito do plano de fechamento, que é regulamente reavaliado com a ANM.”
Por Poder360