O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, confirmou neste sábado (22) uma parceria entre os dois países para a produção da aeronave A-29N Super Tucano pela Embraer no padrão que atende aos requisitos operacionais da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) – aliança militar formada, em sua maioria, pelos Estados Unidos e por países europeus.
Lula deve visitar a Indústria Aeronáutica de Portugal, a OGMA, na segunda-feira (24) para assinar este novo protocolo. “O A-29 Super Tucano, que passará a ser adaptado para os padrões da Otan. E Portugal passará a acolher todo o processo de formação de pilotos na Europa e na África para este caça brasileiro”, disse Costa neste sábado (22).
No comunicado conjunto divulgado pelos dois países, é reconhecida “a importância da celebração do Memorando entre a Embraer, o Centro de Engenharia e Desenvolvimento (CeiiA), a OGMA, a GMV e a ETI para o estabelecimento de uma parceria que permita a produção de uma versão da aeronave Super Tucano (A-29) passível de utilização por países da Otan”.
Costa ainda relembrou que ambos vão voltar de um fórum de negócios na cidade do Porto para Lisboa, onde fica a OGMA, a bordo de um Embraer KC-390. “Poderemos voar no primeiro avião entregue a Força Aérea Portuguesa, fruto da cooperação entre Portugal e Brasil”, disse o primeiro-ministro.
A ideia do governo brasileiro é usar a parceria com Portugal como uma porta de entrada para a venda dos aviões ao restante da União Europeia e aos países da Otan.
O valor estimado de um Super Tucano é de US$ 3,5 milhões, portanto, o acordo tem potencial de movimentar bilhões de dólares. A aeronave que realiza fiscalização de florestas, espaços aéreos e treinamentos é um dos modelos mais exportados pela Embraer. Mais de 260 unidades já foram entregues e 15 forças aéreas de todo o mundo selecionaram o modelo, incluindo a Força Aérea dos Estados Unidos.
A Embraer não quis comentar o assunto.
Por Priscila Yazbek e Fernanda Pinotti – CNN