Os acusados são sócios e diretores da empresa Burn Indústria e Comércio, de Queimados, que fabrica produtos como sabão e lava-louças. Empresa nega relação com a contaminação no Rio Guandu.
A polícia indiciou quatro pessoas por contaminação do Rio Guandu. O problema aconteceu em agosto do ano passado e causou a paralisação no abastecimento de água na Região Metropolitana do Rio por 13 horas.
Os acusados são sócios e diretores da empresa Burn Indústria e Comércio, de Queimados, na Baixada Fluminense, que fabrica produtos como sabão e lava-louças. Eles vão responder por crime ambiental.
Em nota, a empresa negou relação com o problema e disse que está à disposição para esclarecer o caso (veja a nota completa mais abaixo).
Na época, a Cedae identificou vários focos de espuma branca no manancial e, para garantir a segurança hídrica da população, decidiu fechar preventivamente a captação das piscinas de filtragem, desviando a água suja para as comportas da descarga.
A análise das amostras coletadas na região comprovou que as substâncias emitidas pela Burn eram as mesmas que obrigaram a paralisação no fornecimento de água da maior estação de tratamento de água do mundo.
A Estação de Tratamento (ETA) Guandu abastece 11 milhões de pessoas em 9 municípios:
Belford Roxo
Duque de Caxias
Itaguaí
Nilópolis
Nova Iguaçu
Queimados
Rio de Janeiro
São João de Meriti
Mesquita
Nota da Burn Indústria e Comércio
“Diferentemente do que afirma a investigação policial, a Burn reafirma que não há nenhuma relação entre o seu trabalho na fábrica de Queimados e o episódio na bacia do Rio Guandu. A empresa está em operação há 13 anos no Distrito Industrial e atua dentro dos mais rigorosos padrões técnicos, sob monitoramento e controle permanentes dos órgãos ambientais. Para comprovar que não teve qualquer participação no incidente, a empresa contratou renomados acadêmicos e peritos.
Os laudos técnicos demonstram que a fábrica está a 11 quilômetros de distância do sistema do Guandu seguindo o fluxo do rio e que seria necessário o despejo de 83,5 toneladas de detergente, de uma só vez – o equivalente a 167 mil embalagens – para provocar aquela espuma, considerando a vazão do rio. A Burn segue à disposição das autoridades e colaborando para o esclarecimento dos fatos.”
Por Cássio Inácio, RJ2