Cerca de 20 pessoas foram identificadas até o momento
Policiais civis da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) do Rio de Janeiro realizaram diversas operações para identificar e responsabilizar suspeitos de incêndios criminosos em parques estaduais. Na segunda-feira (16), as ações ocorreram em Niterói, na capital carioca e na região serrana, em resposta ao aumento dos focos de incêndio.
Segundo a Polícia Civil, essas operações foram realizadas com apoio de delegacias distritais do interior do estado, visando identificar os responsáveis pelos crimes ambientais. As investigações incluem perícias nos locais afetados, depoimentos de testemunhas e análise de imagens de câmeras de segurança. Até o momento, cerca de 20 pessoas foram identificadas como suspeitas e estão sendo investigadas. Em um dos casos, em Petrópolis, um adolescente foi levado à delegacia junto com seu pai após provocar a destruição de grandes áreas de vegetação no distrito de Pedro do Rio, no domingo (15).
Eduardo Viveiros de Castro, biólogo e chefe do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, afirmou em entrevista à Agência Brasil que os incêndios no parque foram “certamente” provocados por pessoas. Ele destacou que tanto a Polícia Federal quanto o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) têm investigações em andamento. De acordo com Viveiros de Castro, os incêndios provavelmente se originaram em áreas rurais próximas ao parque, uma prática considerada criminosa, já que queimadas são proibidas nesta época do ano. Ele enfatizou que não há registros de raios ou incêndios naturais na região há meses, reforçando a suspeita de ação humana.
Para intensificar o combate aos incêndios, o governador Cláudio Castro anunciou, na última quinta-feira (12), a criação de um gabinete de crise. Desde então, cerca de 1.280 focos de incêndio foram combatidos em todo o estado. No sábado (14), o governador determinou o fechamento de 40 unidades de conservação como medida de proteção à população.
Além disso, Castro apresentou um plano de combate à escassez de água nas áreas afetadas, com a disponibilização de carros-pipa para abastecer escolas, creches e hospitais, garantindo que serviços essenciais sejam mantidos durante a crise.