Inquérito investigará a ação policial. Agentes alegam legítima defesa. Denúncia classifica como “execução”
Ernesto Schimidt Neto, mais conhecido como Betinho, ou “Anão da Solidão”, morreu neste sábado (4) em um suposto confronto com a Polícia Militar na Praia da Solidão, ao sul de Florianópolis. De acordo com informações da PM, Neto teria discutido com vizinhos e avançado contra os policiais portando uma faca.
Um Inquérito Policial Militar (IPM) foi aberto para investigar os detalhes da operação. Segundo o comandante do 4° Batalhão da PM, tenente-coronel André Rodrigo Serafin, “Neto estava bastante alterado” no momento em que a primeira guarnição chegou ao local. “Ele partiu para cima” dos policiais com uma faca no momento em que tentaram conversar, afirmou o oficial.
Segundo relato enviado ao Brasil 247, “Beto entrou em surto psicológico e expulsou seus inquilinos ameaçando-os com uma faca. Após o transtorno, Beto trancou-se em sua casa e estava sozinho com uma faca em mãos. Os inquilinos chamaram a polícia e mais de dez policiais arrombaram a porta de sua casa. Em seguida, dispararam mais de cinco tiros em um sujeito com menos de 1 metro de altura, tendo em vista que poderia ser facilmente controlado pelos policiais, que em nenhum momento tiveram essa intenção, confirmando que foi uma execução”.
“Um amigo em comum colocou-se à disposição para conversar com Betinho para acalmá-lo e fazer com que ele se entregasse, mas os policiais o impediram e partiram de maneira direta para o assassinato”, de acordo com a denúncia.
O caso – Por volta das 10h da manhã, a Polícia Militar foi acionada para atender uma ocorrência de ameaça envolvendo Neto e vizinhos em uma rua da região. Segundo o relato dos agentes, ao chegarem ao local, encontraram o homem visivelmente transtornado e segurando uma faca. Apesar da suposta tentativa de diálogo inicial, Betinho teria investido contra os policiais, levando à reação letal.
Quem era Betinho – Aos 48 anos, Ernesto Schimidt Neto era uma figura conhecida na cidade, não apenas por sua presença frequente nas redes sociais, mas também pela ligação com a Praia da Solidão, de onde veio seu apelido “Anão da Solidão”. Contudo, ele também acumulava um histórico de desentendimentos com a lei. A PM divulgou que Neto tinha passagens por crimes como ameaça, desacato, resistência, desobediência, lesão corporal, perturbação e dirigir sob influência de álcool.
Por Brasil 247