Uma investigação conduzida pela Polícia Federal revelou que policiais das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, estavam em negociações com um traficante foragido, Fhillip da Silva Gregório, conhecido como “Professor”, segundo informações obtidas pelo GLOBO. Este indivíduo é um dos líderes do Comando Vermelho e as conversas, realizadas por meio do WhatsApp, indicam acertos sobre patrulhamento e pagamentos de propina. A Corregedoria da Polícia Militar (PM) já iniciou um processo investigativo sobre o caso. As mensagens obtidas pela PF mostram que os comandantes das UPPs estavam discutindo quais áreas da favela poderiam ser patrulhadas, além de elogiarem a administração do tráfico feita pelo Professor. Este traficante está foragido há mais de seis anos e é considerado uma figura central do Comando Vermelho fora do sistema prisional.
As interações entre os policiais e o traficante começaram em 22 de novembro de 2022, quando um oficial da UPP Fazendinha entrou em contato com o Professor. Durante as conversas, foram abordadas mudanças de comando e o oficial solicitou apoio para enfrentar criminosos armados na região. O traficante se comprometeu a ajudar, e os diálogos continuaram, com o PM elogiando a gestão do Professor e discutindo estratégias de policiamento. Essas conversas fazem parte de um inquérito que levou à Operação Dakovo, resultando na denúncia de 28 pessoas por envolvimento em tráfico de armas. O Professor, que mantém relações com criminosos em outros países, teve sua prisão decretada, mas até o momento não foi localizado pelas autoridades.
A PM informou que a Corregedoria Geral solicitará à Polícia Federal uma cópia dos autos para apurar as responsabilidades dos policiais envolvidos nas negociações. Os dois agentes que estavam à frente da UPP Fazendinha durante o período das conversas ainda ocupam suas funções, mesmo após a extinção da unidade em decorrência de uma reestruturação.
por Jovem Pan