PM USA TIROS DE BORRACHA E BOMBAS PARA DISPERSAR PROTESTO INDÍGENA POR FALTA D’ÁGUA EM MS

Na manhã de quarta-feira (27), a Polícia Militar, por meio do Batalhão de Choque, encerrou o terceiro dia de bloqueio na rodovia MS-156, em Dourados, onde indígenas das aldeias Jaguapiru e Bororó protestavam contra a falta de água nas comunidades. Durante a ação, os policiais dispararam tiros de borracha e bombas de gás para dispersar os manifestantes. As aldeias Jaguapiru e Bororó, que compõem a maior reserva indígena em área urbana do Brasil, abrigam 13.476 indígenas das etnias Guarani, Kaiowá e Terena, representando cerca de 10% da população indígena de Mato Grosso do Sul.

A grave falta de água potável nas aldeias persiste há semanas, o que gerou o protesto. Segundo moradores, a situação é crítica, e vídeos registraram a aproximação dos policiais enquanto os indígenas tentavam se proteger e dialogar sobre as reivindicações. A prefeitura de Dourados informou que um termo de compromisso foi assinado no dia 22 de novembro para a construção de poços nas aldeias.

A Secretaria de Saúde Indígena (SESAI) emitiu uma nota esclarecendo que mantém um contrato para distribuir 70 mil litros de água semanalmente via caminhões-pipa e articula com a Prefeitura de Itaporã o fornecimento diário de 100 mil litros de água, divididos entre as duas aldeias. Além disso, estão em andamento a perfuração de poços e negociações para a extensão da rede de abastecimento de água, visando uma solução de longo prazo.

O bloqueio da rodovia, iniciado na segunda-feira (25), causou congestionamento significativo. O governo do estado justificou a ação policial como necessária para garantir o direito de ir e vir da população, após esgotadas as tentativas de negociação. A Secretaria de Estado de Governo afirmou estar em contínuo diálogo com todos os envolvidos e lamentou os episódios de confronto.

Embora existam 14 sistemas de abastecimento simplificados, a demanda é maior do que a capacidade de fornecimento, devido ao desperdício e uso inadequado da água tratada. As ações emergenciais buscam mitigar os impactos enquanto soluções definitivas estão sendo implementadas.

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