PLANALTO ATUOU PARA “PACIFICAR” CANDIDATURA À PRESIDÊNCIA DA CÂMARA

Apesar do discurso de que não iria interferir na escolha de presidente da Câmara dos Deputados, o Palácio do Planalto tem tido papel determinante na “pacificação” de quem disputará a sucessão do presidente Arthur Lira (PP-AL).

Até a tarde desta terça-feira (3), Marcos Pereira (Republicanos-SP) era apontado por aliados como o candidato “dois L’s”, por agradar tanto a Lira quanto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O consenso Lira-Lula, no entanto, não foi suficiente. A candidatura esbarrou na resistência de algumas lideranças da base e da oposição.

Pereira, então, foi até Lula, no Palácio do Planalto, e informou a desistência. Em seguida, comunicou a decisão a Lira.

Com diagnóstico de que não seria o candidato de consenso, Pereira saiu de cena e apoiou o nome de Hugo Motta, apontado como “uma boa solução”, o que alcança entendimentos entre os diferentes partidos.

De acordo com políticos que acompanharam a negociação, a avaliação foi de que para Marcos Pereira ser o candidato, outros candidatos teriam que desistir, principalmente Antônio Brito, pelo PSD, para evitar uma divisão no grupo de partidos de centro.

Instalou-se, então, uma procissão ao presidente do PSD, Gilberto Kassab, para que o partido retirasse a candidatura. De acordo com relatos, Lira chegou a conversar com Lula mais de uma vez sobre a busca pelo consenso.

A conclusão foi de que as três pré-candidaturas postas, Elmar, Brito e Marcos Pereira, não conseguiriam se viabilizar.

Por isso, a opção foi olhar para outros nomes, como o de Hugo Motta.

Segundo lideranças relataram à CNN, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, atuou diretamente na busca por acordos. Pela relação pessoal com Lula e com o PT, Silvinho – como é chamado nos bastidores – tem bom trânsito.

Apesar da intensa movimentação, ainda é aguardado o anúncio formal de Lira sobre o escolhido por ele para a sucessão.

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