Participação reduzida no evento anti-aborto em Belo Horizonte leva cúpula do partido a buscar responsável pelo esvaziamento
O esvaziamento da “Marcha a Favor da Vida” durante o discurso do de Jair Bolsonaro no último domingo(8) deixou a liderança do Partido Liberal (PL) perplexa e desencadeou uma busca por responsáveis pelo baixo quórum. O ex-presidente chegou a atribuir a falta de público em Belo Horizonte ao medo das pessoas de participarem de manifestações devido às prisões após os ataques do 8 de janeiro.
O ex-presidente, atualmente inelegível e acusado de incitar um golpe em janeiro, enfatizou que o Supremo Tribunal Federal (STF) está analisando temas que antes não estavam em pauta, como o marco temporal das terras indígenas, o porte de maconha para consumo próprio e o aborto até a 12ª semana de gestação.
No entanto, mesmo com esse discurso, Bolsonaro não conseguiu atrair mais participantes para a manifestação. A manifestação ocorreu no Dia do Nascituro e foi liderada pelos católicos carismáticos, mas atraiu uma participação limitada, com participantes vestidos de branco e cantando músicas religiosas.
De acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, petistas veem a tentativa de Bolsonaro de focar a atenção nas questões de costumes como uma estratégia para desviar as denúncias que pesam contra ele e direcionar os holofotes para a agenda conservadora. O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) declarou: “Bolsonaro tenta mobilizar a população contra o Supremo e constranger a Corte porque sabe que pode ser condenado no caso do desvio das joias. É um movimento preventivo, mas ele não tem a força que tinha no passado.”