PF PRENDE PRESIDENTE DE PARTIDO POR PROPAGAÇÃO DE INFORMAÇÕES FALSAS

Na manhã da quinta-feira, dia 12, a Polícia Federal deflagrou a Operação Teatro Invisível, com o objetivo de desmantelar uma organização criminosa dedicada à propagação de informações e notícias falsas sobre candidatos em campanhas eleitorais para o cargo de prefeito em mais de dez municípios do estado do Rio de Janeiro.

Durante a operação, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e 15 mandados de busca e apreensão, todos expedidos pelo Juízo da 8ª Zona Eleitoral do Estado do Rio de Janeiro. Além disso, foi determinado o bloqueio judicial de bens dos investigados no valor de R$ 1 milhão para cada um. Os presos incluem Bernard Rodrigues Soares, presidente municipal do União Brasil de São João de Meriti e ex-secretário de Comunicação e Eventos da prefeitura; Roberto Pinto dos Santos, proprietário de uma gráfica; André Luiz Chaves da Silva e Ricardo Henrique Patrício Barbosa.

As investigações revelaram que a organização, liderada por indivíduos que já ocuparam cargos públicos em diversas cidades do Rio de Janeiro, desenvolveu um esquema sofisticado e lucrativo. Esse esquema envolvia a contratação de pessoas para influenciar o processo eleitoral em vários municípios. Os contratados, após receberem instruções dos coordenadores, circulavam pelo município alvo, infiltrando-se em locais com aglomerações, como pontos de ônibus, padarias, filas de bancos, bares e mercados, e difundiam falsas informações sobre candidatos ao cargo de prefeito, visando beneficiar o candidato da máquina pública.

Os propagadores das notícias falsas recebiam R$ 2 mil por mês, enquanto os coordenadores recebiam R$ 5 mil mensais e eram contratados pela Prefeitura de São João de Meriti. No período eleitoral, os coordenadores eram substituídos por “laranjas” para manter o controle sobre o esquema.

A operação revelou um planejamento detalhado, com relatórios diários das atividades, especificando o número de eleitores abordados, votos por candidato e a conversão de eleitores para o candidato favorecido pelo esquema.

Os investigados enfrentam acusações de organização criminosa, desvio de funcionários públicos, uso de “laranjas” para evitar incompatibilidades com a função pública, lavagem de dinheiro, assédio eleitoral e outros crimes relacionados à difusão de notícias falsas, conforme o Código Eleitoral. Embora a organização fosse centrada em São João de Meriti, o esquema foi comprovadamente expandido para pelo menos outras dez cidades no estado do Rio de Janeiro.

A investigação foi conduzida pela Divisão de Repressão a Crimes Eleitorais (DRCE) e pela Polícia Federal, com o apoio do Ministério Público Eleitoral.

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