Desvalorização da estatal foi de R$ 41,6 bilhões desde a última quarta-feira (18). Ações despencaram hoje após empresa anunciar proposta de revisão de seu estatuto.
Com um tombo de mais de 6% em suas ações nesta segunda-feira (23), a Petrobras passou a acumular, nos últimos cinco dias, perda equivalente a “uma Sabesp” em valor de mercado. É o que aponta um levantamento feito por Einar Rivero, consultor de dados do mercado financeiro.
A petroleira, que atingiu seu recorde histórico na última quarta-feira (18), ao fechar em R$ 525,1 bilhões, viu seu valor cair para R$ 483,4 bilhões no encerramento do pregão de hoje.
Para efeito de comparação, o tombo de R$ 41,6 bilhões no período corresponde ao valor total de mercado da companhia de abastecimento do estado de São Paulo.
Só nesta segunda-feira, as perdas da Petrobras foram de R$ 32,3 bilhões, de acordo com o levantamento. As ações preferenciais da empresa (sem direito a voto) despencaram 6,61%, a R$ 35,35, enquanto as ações ordinárias caíram 6,03%, a R$ 38,35.
O que causou a queda?
As ações da petroleira despencaram nesta segunda após a companhia anunciar que seu conselho aprovou a apresentação de uma proposta de revisão de seu estatuto.
O receio é que o texto possa eliminar determinadas restrições para a indicação de membros à alta cúpula da Petrobras — o que não agradou o mercado, que teme facilitação para indicações políticas. O temor é que haja ingerência na empresa.
Em nota, a petroleira afirmou que a proposta tem por objetivo alinhar o estatuto à Lei das Estatais, de número 13.303/2016.
A Petrobras também informou que seu estatuto social faz referência, no artigo 21, aos requisitos determinados pela lei. E que a proposta a ser deliberada mantém todas as condições previstas em relação às indicações de membros da administração.
Ainda segundo a empresa, “o objetivo é tão somente manter o estatuto social da Petrobras atualizado, quaisquer que venham a ser as decisões judiciais sobre o tema”.
“Não há qualquer redução nas exigências em relação à Lei das Estatais, pois o estatuto social continua a fixar o cumprimento total da Lei das Estatais nas indicações”, concluiu a empresa.
Por André Catto, g1